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Ar-condicionado gasta mais combustível? Entenda
Especialistas explicam quando o uso do ar-condicionado pesa mais no bolso e como a tecnologia impacta os motoristas
Por
Redação

Com a chegada do inverno em Santa Catarina, o uso do ar-condicionado no carro para aquecimento ou desembaçamento se torna mais frequente. Mas, afinal, o sistema realmente aumenta o consumo de combustível? A resposta é sim — mas depende da situação.
De acordo com o técnico em automobilística Anderson Cesar Lira, o ar-condicionado dos veículos a combustão exige mais do motor, já que é acionado por um compressor acoplado ao motor por uma correia auxiliar. Quando o sistema entra em funcionamento, o esforço necessário aumenta, o que gera maior consumo de combustível, principalmente no trânsito urbano, onde as acelerações e frenagens são constantes.
“Com o ar desligado, o compressor gira livre. Quando é ativado, ele entra em carga, sugando e comprimindo o gás refrigerante. Isso exige mais energia do motor”, explica Lira. Por isso, em trechos urbanos, o impacto no consumo pode ser mais significativo.
E na estrada, compensa usar?
O cenário muda nas rodovias. A partir de 60 km/h, a influência da aerodinâmica do veículo se torna mais relevante. “Se você abrir os vidros para evitar o ar-condicionado, o carro fica menos aerodinâmico. Isso gera mais arrasto, e o consumo pode ser até maior do que com o ar ligado”, afirma o especialista.
Esse fator é especialmente relevante para os motoristas catarinenses que costumam trafegar pelas BRs que cortam o estado, como a BR-101 e a BR-282. Em velocidades constantes, usar o ar-condicionado e manter os vidros fechados pode ser mais vantajoso tanto em conforto quanto em eficiência.
Tecnologias mais recentes reduzem impacto
Embora a maior parte da frota em circulação no Brasil — e em Santa Catarina — ainda utilize compressores convencionais com embreagem eletromagnética, alguns veículos já contam com sistemas mais modernos, como compressores de fluxo variável.
Esses modelos se ajustam automaticamente de acordo com a necessidade de refrigeração interna, reduzindo a carga sobre o motor. Além disso, alguns sistemas são inteligentes: em situações que exigem mais potência do motor, como ultrapassagens, o compressor pode ser temporariamente desativado.
Uso consciente ajuda a economizar
A orientação dos especialistas é avaliar o contexto: em trechos urbanos, manter o ar desligado e os vidros levemente abertos pode ser vantajoso. Já nas estradas, o uso contínuo do ar-condicionado com vidros fechados tende a ser mais eficiente.
Conforme a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o aumento no consumo com o ar ligado pode variar de 5% a 10%, dependendo do modelo do carro e do modo de condução.
Em SC, manter o sistema em dia é essencial
Outro ponto importante para os motoristas catarinenses é a manutenção preventiva. Em tempos de variações bruscas de temperatura, especialmente na Serra, é essencial que o sistema esteja revisado e com gás em dia. Vazamentos ou falhas no compressor podem aumentar ainda mais o consumo e até comprometer o funcionamento do veículo.
Assim, o uso do ar-condicionado não deve ser encarado como um vilão do consumo, mas como um recurso que, se utilizado de forma inteligente, pode garantir conforto sem pesar tanto no bolso — mesmo em tempos de combustível caro.