O jornalista Mino Carta, fundador e diretor da revista CartaCapital, morreu nesta terça-feira (2) aos 91 anos, em São Paulo. Ele estava internado havia duas semanas na UTI do hospital Sírio-Libanês. A causa da morte não foi divulgada.
Nascido na Itália e radicado no Brasil desde 1946, Mino foi um dos nomes mais influentes da imprensa nacional. Fundador das revistas Veja, IstoÉ, Quatro Rodas e da própria CartaCapital, também dirigiu o Jornal da Tarde. Seu estilo crítico e sua capacidade de análise deixaram legado em redações de todo o país — inclusive em Santa Catarina, onde sua obra é referência para jornalistas formados em universidades como UFSC e Univali.
Em entrevista ao Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), Mino relatou que seu início no jornalismo veio de forma inusitada: assumiu a cobertura dos preparativos da Copa de 1950 no lugar do pai, que recusou o convite por não gostar de futebol. “Perguntei quanto pagavam. Com o valor, dava para fazer um terno azul-marinho”, contou.
Além da atuação editorial, Mino Carta foi homenageado com o título de doutor honoris causa pela Faculdade Cásper Líbero e eleito Jornalista Brasileiro de Maior Destaque pela Associação de Correspondentes da Imprensa Estrangeira no Brasil, em 2006. Escreveu também livros de ficção e memórias, como O Castelo de Âmbar e Histórias da Mooca.
Embora tenha atuado principalmente em São Paulo, sua influência ultrapassou fronteiras regionais. Em Santa Catarina, profissionais da imprensa reconhecem sua contribuição para o fortalecimento de um jornalismo analítico, comprometido com a democracia e com a pluralidade de visões.
O legado de Mino Carta permanece vivo nos veículos que ajudou a fundar e nas gerações de jornalistas que formou, direta ou indiretamente, ao longo de mais de sete décadas de atividade profissional.