No segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não há provas de sua participação na chamada trama golpista. O advogado Celso Vilardi declarou que Bolsonaro foi “dragado” para o processo e destacou que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator do caso, teria apresentado versões contraditórias em seus depoimentos, o que, segundo ele, inviabiliza a colaboração premiada.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), por sua vez, sustenta que Bolsonaro e aliados tiveram papel de liderança em um plano para atentar contra a democracia. O procurador-geral Paulo Gonet citou testemunhos, registros e documentos que, de acordo com ele, comprovam que o ex-presidente articulou um golpe de Estado. Entre os episódios usados como exemplo estão uma reunião ministerial em 2021 e o discurso de 7 de setembro do mesmo ano, em que Bolsonaro atacou o sistema de votação eletrônica.
O julgamento, iniciado nesta terça-feira (2), envolve o ex-presidente e outros sete aliados, denunciados pela PGR por crimes como golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ao todo, a denúncia alcança 34 pessoas, acusadas de integrar um núcleo responsável por planejar e estimular ações contra as instituições democráticas.