João Rodrigues ironiza aliança entre PL e MDB
No dia da posse de novos secretários, prefeito de Chapecó critica o governo de Jorginho Mello e diz que o PSD ‘é mais da direita que o PL’

Por
Kelley Alves
Enquanto o governador Jorginho Mello (PL) prepara a entrada dos deputados Carlos Chiodini e Emerson Stein, ambos do MDB, no secretariado, as críticas da oposição vieram com força. O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), não economizou ironia ao comentar a aliança.
“O MDB já está com o Jorginho. Na nossa coligação só teremos partidos e líderes que se alinham ao plano nacional liderado por Bolsonaro”, disparou.
A crítica de Rodrigues foi direta ao ponto: para ele, a presença do MDB no governo de Jorginho Mello compromete o alinhamento do PL com a direita. Ao ser questionado se o PSD seria mais bolsonarista que o próprio PL, o prefeito de Chapecó não fez cerimônia. “Mais à direita. Isso é. Pelo histórico, pelo retrospecto. Em Santa Catarina, sim”.
Ele disse à coluna em alto e bom tom que não há espaço para líderes ligados ao governo Lula na chapa dele para 2026:
“Quem tem alinhamento com o Lula, com o governo do Lula, não estará comigo na minha campanha, na minha chapa. Vamos dar prioridade a prefeitos, deputados e líderes públicos que tenham posicionamento alinhado com o presidente Bolsonaro”, lançou.
A aliança entre Jorginho e o MDB já vinha causando desconforto nos bastidores da direita catarinense. As falas de Rodrigues só colocam mais lenha na fogueira. Ele criticou a estratégia de negociação política baseada em cargos e garantiu que a candidatura será construída apenas com aqueles que “seguiram a caminhada” ao lado de Bolsonaro. “Nós não vamos ter um vice que tenha alinhamento com o Lula. Vamos ter um vice que esteja alinhado ao projeto liderado pelo presidente Bolsonaro”.
O embate entre Jorginho Mello e João Rodrigues escancara a disputa pelo eleitorado bolsonarista em Santa Catarina. Ambos buscam se consolidar como os herdeiros do ex-presidente no estado, mas a oposição já deixou claro que vai explorar qualquer brecha na coerência ideológica do governo. Enquanto Mello amplia a base política, Rodrigues se posiciona como guardião da direita catarinense.
As movimentações seguem intensas. O PSD prepara um evento para o dia 22 de março, onde deve oficializar nomes e alianças para as eleições de 2026.