Cotidiano
“Espero até hoje o retorno da minha filha”
Mãe de menina de 3 anos que morreu em acidente da VoePass fala após sete meses da tragédia

Por
Matheus Machado
Sete meses após o acidente aéreo que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), a dor e o luto ainda fazem parte do cotidiano de centenas de familiares e amigos das vítimas. A jornalista Adriana Ibba, por exemplo, ainda guarda os iogurtes e sucos favoritos de sua filha, Liz Ibba dos Santos, de apenas três anos, e que foi uma das vítimas do acidente da VoePass.
Os brinquedos, o quarto e até mesmo os alimentos preferidos da menina permanecem nos mesmos lugares em que ela deixou antes de embarcar no voo com seu pai, Rafael Fernando dos Santos, que também morreu no acidente. O voo caiu no dia 9 de agosto de 2024 e Liz iria para Florianópolis para passar o Dia dos Pais.
Sua mãe Adriana, que reside em Cascavel (PR), já morou em Tubarão e trabalhou em Capivari de Baixo. Nesta terça-feira (11), ela concedeu uma entrevista para a Rádio Cidade e comentou sobre a dor de sua perda e as sanções que a companhia aérea recebeu.
Devido à profissão, Adriana sempre esteve próxima do setor aéreo. Em cima disso e após a tragédia, ela não acredita que as fiscalizações de segurança são suficientes no Brasil. “Não acredito que as fiscalizações e as exigências de segurança desenvolvidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) são suficientes. Pelo que tenho acompanhado desde o acidente da minha filha, falta mão de obra e fiscais qualificados. Existem sim profissionais adequados, mas ainda faltam pessoas para que essa conta feche e para que a aviação comercial do país seja mais segura”, declarou Ibba.
Ainda nesta terça-feira (11), Anac suspendeu os voos da companhia aérea VoePass por falta de segurança nas operações. Sobre isso, a jornalista acredita que este é um fator de alívio para as pessoas que poderiam embarcar em um voo da companhia. “Eu diria que as pessoas não devem ficar apreensivas com a suspensão da VoePass e sim aliviadas. Agora, alguma coisa está sendo feita. No último domingo (9) completaram-se sete meses do acidente que levou a minha filha, 61 pessoas e um cachorrinho. Essa suspensão demorou. Você ter que realocar um voo para outra data não é nada comparado em você não receber o seu familiar de volta em casa. Eu espero até hoje o retorno da minha filha”, declarou Adriana.