Segurança
Tubarão já perdeu R$ 15 milhões enviados pelo Estado
Prestação de contas equivocadas e falta de segmentos em processos “tranca” verbas desde 2022

Por
Matheus Machado

Representando o Secretário de Estado de Proteção e Defesa Civil, Mário Hildbrandt, o coordenador regional da pasta, Eron Flores, trouxe informações a cerca da atualização do projeto de redragagem do Rio Tubarão durante o XVI Seminário da Enchente de 1974 realizado nesta segunda-feira (24).
Além disso, ele pontuou sobre verbas oriundas do governo do estado destinadas a Tubarão, mas que por causa de falta de processos ou equívocos da prefeitura entre os anos de 2022 e 2023, o município perdeu R$ 15 milhões que poderiam ter sido usados para reconstrução de casas no KM 60, após as cheias de 2022, compra de equipamentos e enrocamento do Rio Tubarão.
Tubarão perdeu recursos
Durante a explanação no seminário, Eron destacou que o governo do estado chegou a enviar R$ 15 milhões para Tubarão, mas o município perdeu parte do recurso.
“Foram três processos de R$ 5 milhões cada, iniciados no ano de 2022. São R$ 15 milhões que deixamos de ganhar. O primeiro pedia para fazer o enrocamento de algumas partes do rio. O valor foi cedido pelo governo do estado na época do Moisés. A prefeitura recebeu R$ 1,5 milhão e não fez a prestação de contas como devia ter feito. Eram necessárias algumas alterações e esse processo ficou à deriva. Foi perdido. O Estado ia negativar o município, mas, por um consenso, preferiram tentar negociar com o município”, destacou Eron.
Segundo ele, a nova gestão se colocou à disposição para fazer a prestação de contas. Com isso, existe uma tendência de que os R$ 3,5 milhões que estão parados venham para Tubarão.
Outros R$ 5 milhões em questão seriam um recurso disponibilizado via Transferência Especial Voluntária (TEV), também da época do governador Moisés. “Nesse processo era necessário comprar exatamente R$ 5 milhões em equipamentos. Eles compraram R$ 2.990.000,00. Fizeram a prestação de contas desse valor. Mas como o processo falava em R$ 5 milhões, esse dinheiro foi perdido. Esse valor provavelmente não será revertido“, pontuou o coordenador.
O restante do valor seria destinado a construção de casas na região do bairro KM 60, que foram destruídas após as cheias de 2022 em Tubarão. “Também eram R$ 5 milhões, mas a Prefeitura de Tubarão não deu segmento. Então esse processo está parado desde 2023 e estamos vendo se existe a possibilidade de vir esse valor para a cidade”, explicou.
Atualização no processo de redragagem
A respeito da atualização, uma das informações mais importantes que Eron trouxe, foi que os técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) devem finalmente comparecer na cidade para dar início aos trabalhos de atualização nos próximos meses. Segundo o coordenador, o Estado já está cobrando a universidade, que deve enviar uma resposta até o fim do mês.
“A novidade é que o secretário estadual Mário Hildbrandt solicitou um prazo e um cronograma para a UFSC. Eles (universidade) ficaram de dar uma resposta até para que a gente possa se posicionar mais corretamente junto ao município”, disse Flores.
Sem data e cobranças na UFSC
Sobre prazos, Eron Flores ressaltou que não existe nenhuma data realmente definida. “Não existe essa data. É o que está sendo cobrado pelo governo. Sabemos o quanto está sendo burocrático, então a ideia é realmente pressionar a UFSC. Porém, eles alegam que estão com uma alta demanda e segundo os professores responsáveis, existem vários profissionais envolvidos e alguns pegam férias ou licenças… Envolve toda uma estrutura complicada”, ressaltou.
Limpeza do rio
Ele também informou que um dos pedidos do Estado foi para que a coordenadoria providenciasse junto a prefeitura de Tubarão um projeto de limpeza do rio, como foi feito na região do Alto Vale. “Serão desenvolvidos dois projetos: o da redragagem, que é muito complexo, mas que necessita do estudo, e também um trabalho de limpeza como é feito em Rio do Sul, por exemplo”, detalhou Eron.