Como captar recursos para projetos sociais e culturais

Tirar um projeto social ou cultural do papel pode parecer uma missão quase impossível quando o assunto é dinheiro. Mas a boa notícia é que existem diversos caminhos – e algumas boas práticas – que podem abrir portas e conquistar apoios importantes. Seja você um iniciante cheio de ideias ou alguém com experiência buscando novos meios, captar recursos pode ser mais acessível do que parece. Nesta matéria conversamos com a empreendedora, Luciana Flor Corrêa Felipe, que trouxe respostas de como explorar formas práticas e criativas de financiar iniciativas que fazem a diferença no mundo.

Em um primeiro momento Luciana destacou quais poderiam ser os primeiros passos para captar recursos, e compreender que existem diversas formas possíveis de financiamentos para os projetos. “Ações como vaquinhas online, eventos solidários (feijoadas, rifas, bazares), financiamentos coletivos, e ações entre amigos são estratégias bastante utilizadas, especialmente por organizações em fase inicial”. Mas segundo a empreendedora, existem também outras possibilidades. “Por outro lado, empreendedores sociais e Organizações, da Sociedade Civil (OSCs) — antes conhecidas como ONGs — também podem acessar recursos mais estruturados por meio de Editais de Chamadas Públicas, Leis de Incentivo, Fundos públicos e privados, e Fundações empresariais e institucionais”, explica.

Um ponto de destaque, é o alinhamento dos objetivos do projeto às prioridades dos financiadores, buscando aumentar as chances de apoio, sendo fontes públicas ou privadas. “Esse alinhamento é fundamental, e somado a outros fatores. irá definir se um projeto será apoiado ou não. No entanto, alinhar não significa “moldar” o projeto forçadamente ao perfil do edital ou da fonte de fomento, mas avaliar com atenção a coerência entre a necessidade e a oportunidade”, destaca a especialista.

Mas para Luciana o objetivo, neste ponto, o objetivo é criar uma conexão entre empreendedor/OSC busca realizar, juntamente com o que financiador deverá apoiar. “Para isso, é essencial ler o edital com atenção, compreendendo os critérios técnicos, o público-alvo, as áreas e os tipos de organizações elegíveis. Também é imprescindível, acessar o site institucional, conhecer a missão, os valores e as diretrizes da organização; seja pública ou privada. E, analisar apoios anteriores, o tipo de projetos ou instituições que já foram contemplados. Isso ajuda a identificar padrões de interesse e expectativas em relação ao impacto social, formato e abrangência”, destacou.

Entender as estratégias mais eficazes para captar recursos públicos e como elas se diferenciam das privadas é essencial para ampliar as chances de sucesso na busca por apoio. “Em geral, a captação de recursos privados tende a ser mais direta e personalizada, envolvendo visitas, reuniões e apresentações presenciais, geralmente com empresas que atuam em uma área de abrangência local ou regional. Nesses casos, a proximidade entre o proponente e o financiador facilita a construção de confiança e permite um diálogo mais informal e contínuo”.

Luciana também explica como essa situação funciona no setor público. “Já na captação de recursos públicos, sejam eles de órgãos governamentais ou entidades do terceiro setor, com atuação nacional ou internacional, o processo costuma ser mais formal, competitivo e técnico. E, na maioria das vezes, o avaliador não conhece previamente o empreendedor ou a organização proponente. Por isso, é essencial que o projeto descreva com clareza a realidade social enfrentada, aponte de forma objetiva os problemas e as necessidades do público beneficiário e os impactos esperados, apresente o histórico da organização e sua experiência com ações similares, demonstre capacidade de execução e gestão dos recursos”, complementa.