Médico explica perigo de inalação de desodorantes

A recente e trágica morte de uma menina de apenas 8 anos em Ceilândia, Distrito Federal, após participar do “desafio do desodorante” compartilhado nas redes sociais, chocou o país e reacendeu um importante debate sobre os perigos que espreitam crianças e adolescentes no ambiente online. A fatalidade, na qual a criança inalou o produto, serve como um doloroso lembrete dos riscos de desafios virais e da urgência de conscientização sobre a segurança nas redes.

O caso ganhou repercussão nacional, levantando questionamentos sobre a responsabilidade dos pais, das plataformas digitais e a necessidade de maior vigilância sobre o conteúdo acessado pelos jovens. A Rádio Cidade em Dia entrevistou o pneumologista Dr. Fábio Souza, de Criciúma, que compartilhou um alerta crucial sobre os perigos da inalação de produtos como desodorantes em spray.

Em sua análise, o Dr. Souza detalha os riscos significativos dessas substâncias inalatórias, que podem conter etanol, derivados de álcool e até partículas de alumínio. “A inalação pode causar uma lesão pulmonar muito significativa”, explica o médico. Os sintomas iniciais podem incluir irritação nasal e ocular, coceira nos olhos e irritação na garganta. No entanto, ao atingir os pulmões, as partículas podem provocar um acometimento grave, levando ao fechamento dos brônquios, chiado no peito, falta de ar e tosse.

A gravidade da reação depende do grau de inalação e das substâncias presentes no produto. Dr. Souza adverte que algumas substâncias podem ter uma ligação tão forte com as vias aéreas que causam uma queda perigosa nos níveis de oxigênio, elevando o risco de pausas respiratórias, fechamento dos brônquios e, em casos extremos, parada cardiorrespiratória.

O alerta do pneumologista é especialmente direcionado a pessoas com problemas pulmonares preexistentes, como asma, para que redobrem os cuidados com esses produtos. Além disso, ele enfatiza a importância de manter perfumes e desodorantes fora do alcance de crianças, pois a inalação acidental pode causar danos consideráveis às vias aéreas. “Fica o alerta, então, não ficar exposto”, conclui o Dr. Souza.