Cotidiano
Ursinho de pelúcia: do Mississippi ao colo das crianças
Símbolo de afeto e segurança, brinquedo nasceu da recusa de Roosevelt em matar um urso em 1902
Um dos brinquedos mais amados do mundo, o urso de pelúcia, tem origem em um gesto de compaixão do presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, em 1902. Durante uma caçada no Mississippi, Roosevelt recusou-se a atirar em um urso ferido e amarrado, fato que se espalhou rapidamente pela imprensa americana e inspirou charges e caricaturas.
Em Nova York, o comerciante Morris Michtom viu na história uma oportunidade e pediu à esposa que criasse um boneco inspirado no desenho publicado pelo The Washington Post, em que o urso aparece como um filhote preso a uma coleira. Surgia ali o “Teddy’s Bear” — ou “urso do Teddy”, em alusão ao apelido do presidente. O sucesso foi imediato e levou à fundação da Ideal Toy Company, que viria a ser uma das maiores empresas de brinquedos do mundo.
Entretanto, o primeiro animal de pelúcia comercializado em larga escala surgiu na Alemanha, ainda nos anos 1880. Margarete Steiff, fundadora da empresa que leva seu sobrenome, criou o primeiro modelo a partir de instruções de uma revista de costura, transformando um alfineteiro em formato de elefante em brinquedo. A Steiff passou a fabricar diversos animais, inclusive o urso, usando feltro como alternativa às frágeis bonecas de porcelana da época.
O ursinho só se tornaria ícone global ao ser associado ao episódio envolvendo Roosevelt. Desde então, tornou-se símbolo de carinho, conforto e segurança — presente constante em quartos infantis e também em memórias afetivas de adultos ao redor do mundo.
Mais que um brinquedo, o urso de pelúcia é uma peça da história popular, unindo cultura, política e afeto em uma trajetória que ultrapassa fronteiras e gerações.