Turismo de aventura cresce, mas segurança preocupa

A tragédia ocorrida neste sábado (21) em Praia Grande, no Extremo Sul de Santa Catarina, acendeu um alerta sobre a segurança no turismo de aventura. Um balão de ar quente caiu com 21 pessoas a bordo, deixando pelo menos oito mortos e vários feridos. Dias antes, um caso semelhante havia ocorrido em Capela do Alto, interior de São Paulo.

O acidente em solo catarinense expôs uma realidade preocupante: embora o turismo de aventura esteja em alta, a segurança ainda é frequentemente negligenciada. Segundo a empresária e especialista em turismo Santuza Macedo, CEO da Diamond Viagens, o problema muitas vezes começa com a escolha do turista. “É comum priorizarem o preço ou a aparência do passeio, deixando de verificar aspectos técnicos e legais das empresas”, afirma.

O que o consumidor deve observar

Santuza lista pontos essenciais para avaliar antes de contratar passeios como voos de balão, trilhas, mergulhos e saltos. Entre eles está a verificação do cadastro no Cadastur, que é um o registro no sistema do Ministério do Turismo que garante a legalidade da empresa. Licenças locais e autorizações específicas, como da ANAC, no caso de balonismo devem ser checadas, assim como o histórico de segurança e avaliações públicas.

Pontos como seguro obrigatório para atividades de risco e a habilitação das equipes técnicas também precisam ser consideradas. “É fundamental desconfiar de preços muito abaixo do mercado e nunca aceitar atividades improvisadas ou fora dos padrões”, alerta.

Segmento em expansão exige fiscalização

Dados da Adventure Travel Trade Association indicam crescimento médio anual de 20% no turismo de aventura na América Latina. Em Santa Catarina, destinos como Praia Grande, Urubici e Bom Jardim da Serra têm atraído cada vez mais visitantes em busca de experiências junto à natureza.

Esse aumento, porém, exige ação coordenada de autoridades e responsabilidade por parte dos operadores. “Queremos que o turismo em Santa Catarina continue crescendo, mas com segurança e profissionalismo. É preciso que o consumidor também faça sua parte”, conclui Santuza.

A queda do balão em Praia Grande está sendo investigada. Até o fechamento desta matéria, a identidade das vítimas e a situação legal da empresa responsável ainda não haviam sido divulgadas oficialmente.