Robô que imita humanos avança como colega de trabalho
Equipamento observa vídeos e reproduz ações, indicando nova fase da interação homem-máquina
Um novo robô é testado para atuar como “colega de trabalho” ao lado de humanos. Batizado de AEON, a inovação utiliza aprendizado por observação: o equipamento assiste a vídeos com pessoas realizando tarefas e, a partir disso, aprende a executar os mesmos movimentos e comandos.
Esta é a sexta geração de robôs humanoides produzida nos últimos dois anos pela divisão de robótica da empresa sueca Hexagon. A tecnologia se baseia em inteligência artificial e redes neurais. O robô identifica padrões de gestos, voz e comportamento, e então os replica de forma autônoma. A proposta é que ele interaja com seres humanos de maneira colaborativa, assumindo funções repetitivas ou operacionais.
Segundo os desenvolvedores, o objetivo não é substituir profissionais, mas atuar como suporte técnico em atividades cotidianas. A expectativa é que robôs como esse otimizem processos e liberem trabalhadores para funções mais estratégicas e criativas.
A próxima etapa do desenvolvimento inclui reconhecimento emocional e adaptação a contextos variáveis. A ideia é aprimorar a comunicação e a empatia artificial para facilitar a integração com equipes humanas.
Joinville reforça protagonismo tecnológico
Um novo robô que “assiste e imita” pessoas no ambiente de trabalho traz para Santa Catarina um exemplo prático da intersecção entre inteligência artificial e convivência laboral. A inovação acompanha a tradição da Udesc em Joinville, que desde 2023 utiliza humanoides avançados em pesquisa e ensino.
Da teoria à prática no desenvolvimento catarinense
O robô em destaque assiste ao comportamento humano e aprende padrões de movimento e comunicação, aproximando-se da figura de “colega de trabalho” – modelo semelhante ao humanoide chinês Unitree que integra o GASR da Udesc. Esse equipamento, adquirido por R$ 690 mil, é capaz de imitar gestos e comandos de voz, movimentar-se em ambientes complexos e executar tarefas industriais e assistivas.
Integração com polos de inovação de SC
Esses avanços se inserem no esforço do Governo do Estado, por meio da SCTI, para consolidar Santa Catarina como polo tecnológico. Nos últimos dois anos, a secretaria inaugurou centros de inovação em Criciúma, Tubarão e Itajaí (incluindo o Sigma Tech Park em Tubarão), gerando investimentos da ordem de R$ 17 milhões e promovendo programas como o SC Games, com meta de elevar o investimento em tecnologia de 7,5% para 10% do PIB até 2026 .
Impactos na formação e na economia local
O desenvolvimento de robôs “colegas de trabalho” se conecta ao fortalecimento do ecossistema local: estudantes e pesquisadores da Udesc têm acesso a plataformas tecnológicas complexas, aliando formação prática e inovação com impactos potenciais nas áreas de saúde, indústria e serviços.
Perspectivas para SC e próximas etapas
Com a atuação da Udesc e o apoio da SCTI, Santa Catarina assume papel de vanguarda em IA e robótica no país. Os próximos passos envolvem expansão de projetos de automação, parcerias internacionais — por exemplo, com a Disruptive & Emerging Technology Alliance, da qual SC é membro desde maio de 2025 — e aplicação das tecnologias em setores estratégicos, conectando pesquisa, ensino e mercado.