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Peixe raro é descoberto na bacia do Rio Camboriú

Meio Ambiente
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Foto: Reprodução/Emasa-BC

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Peixe raro é descoberto na bacia do Rio Camboriú

A espécie Listrura elongata vive soterrado no leito do rio e só existe em córregos das cabeceiras do Camboriú

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram uma nova espécie do gênero Listrura na bacia do Rio Camboriú, em Santa Catarina. Batizado de Listrura elongata, o pequeno peixe subterrâneo vive entre folhas e sedimentos no leito do rio e não possui nadadeira dorsal, adaptação evolutiva rara que o torna apenas a quarta espécie do gênero com essa característica.

A descoberta foi feita em área abrangida pelo Projeto Produtor de Água do Rio Camboriú, da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), que atua na recuperação de nascentes e proteção de cursos d’água responsáveis pelo abastecimento de Camboriú e Balneário Camboriú.

Segundo o pesquisador Caio Feltrin, um dos autores do estudo, a nova espécie foi localizada inicialmente na localidade de Cobra Fria, em um toco de xaxim preso no leito do rio. “Ela ocorre exclusivamente nos pequenos córregos das cabeceiras do Rio Camboriú, em ambientes muito delicados. Não existe em nenhum outro lugar do mundo”, explica.

A descoberta também é um marco para a conservação ambiental na região. Para Auri Pavoni, diretor-presidente da Emasa, o achado reforça a importância do projeto. “Preservar o rio é preservar toda a cadeia de vida que dele depende”, afirma.

A coordenadora do Produtor de Água, Rafaela Comparim Santos, destaca que o trabalho de restauração hídrica também contribui para a proteção de espécies desconhecidas. “É muito significativo que essa espécie tenha sido encontrada justamente onde atuamos com ações de preservação”, avalia.

O estudo, assinado também por Wilson Costa, José Mattos, Paulo Vilardo e Axel Katz, evidencia como a biodiversidade catarinense continua surpreendendo cientificamente. O Listrura elongata tem corpo alongado e comportamento adaptado a frestas e galerias no fundo do rio, o que explica sua evolução sem nadadeira dorsal — um exemplo de evolução paralela dentro da família Trichomycteridae.

A descoberta reforça a importância da proteção dos pequenos riachos e matas ciliares que, além de garantir a qualidade da água, sustentam formas de vida únicas e ainda pouco conhecidas em Santa Catarina.

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