Horário de Verão: volta à pauta nacional para 2025
Debate sobre retomada da medida ganha força diante da pressão do ONS e da EPE por segurança no abastecimento elétrico
A possibilidade de retorno do Horário de Verão ao Brasil ganha tração em nível nacional, impulsionada pela crescente demanda por eletricidade e a necessidade de garantir a segurança energética do país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a medida, suspensa em 2019, pode ser uma ferramenta estratégica para gerenciar os picos de consumo, especialmente nos meses mais quentes.
O cenário de elevação contínua na demanda energética nacional, com projeções de crescimento nos próximos anos, reacende a discussão. O principal objetivo do Horário de Verão seria aliviar a pressão sobre o sistema elétrico nos horários de ponta, geralmente no fim da tarde e início da noite, quando o uso de iluminação e equipamentos eletrônicos atinge o ápice. Esse alívio pode evitar o acionamento de termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Historicamente, o Horário de Verão demonstrou capacidade de atenuar o crescimento da carga elétrica, embora sua eficácia na economia total de energia tenha sido questionada em estudos anteriores. A discussão atual, no entanto, foca mais na gestão da demanda e na estabilidade do sistema como um todo.
Santa Catarina
A potencial volta do Horário de Verão também teria seus impactos em Santa Catarina. O estado, conhecido pelo intenso uso de climatização durante o verão, registra seus picos de consumo elétrico entre 18h30 e 21h30, de acordo com a Celesc (Companhia Elétrica de Santa Catarina). No passado, a Celesc observou uma redução de quase 5% na carga do sistema catarinense durante o período de Horário de Verão, o que demonstra um benefício local no gerenciamento da rede.
Apesar dos potenciais ganhos para o sistema elétrico, a retomada da medida pode encontrar resistência na população. Em Santa Catarina, por exemplo, pesquisas anteriores apontaram que a maioria dos moradores era contra o Horário de Verão, refletindo a adaptação necessária na rotina diária. A decisão final sobre a volta do Horário de Verão cabe ao Ministério de Minas e Energia, que avalia a necessidade técnica da medida frente aos impactos sociais e econômicos em todo o território nacional.