Saúde
Criança de 3 anos morre após ser picada por escorpião
O caso ocorreu em um município paranaense
Criança de três anos morreu por picada de escorpião, em Cambará, no Norte paranaense, a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde do Paraná) enviou uma equipe de profissionais da 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho para atuarem em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde para busca ativa de escorpiões no bairro onde a criança morava.
Dentre os 236 casos de acidente com escorpião registrados este ano na 19ª Regional de Saúde, 68 casos são de Cambará.
As autoridades reforçam os cuidados necessários para prevenir acidentes com escorpiões. Mesmo no inverno, quando as temperaturas são mais baixas, os riscos permanecem, especialmente nas áreas urbanas. Isso porque os escorpiões tendem a buscar abrigo e alimento dentro das residências, aumentando a possibilidade de contato com as pessoas.
No Paraná, a espécie mais comum é oTityus serrulatus, conhecido como escorpião-amarelo, cuja picada pode provocar reações graves, principalmente em crianças, idosos e pessoas com histórico de alergias. Embora a maioria dos acidentes seja de baixa gravidade, casos mais graves exigem atendimento médico imediato. A recomendação é que, diante de qualquer picada, a pessoa procure rapidamente uma unidade de saúde.
Vários tipos de escorpiões nativos são encontrados no Estado, como o marrom (Tityus bahiensis,Tityus costatuseAnanteris sp) e o pretinho, do gêneroBothriurus, espécies que não costumam provocar acidentes graves. Desde a década de 1980, o escorpião-amarelo, espécie altamente venenosa, passou a ser identificado em áreas urbanas do Paraná. Ele é o principal responsável por óbitos, especialmente entre crianças. Por se reproduzir de forma assexuada (partenogênese), uma única fêmea pode originar uma infestação, o que torna o controle ainda mais desafiador.
O escorpião-amarelo é uma espécie com grande capacidade de adaptação a ambientes alterados. Ele prefere locais quentes e úmidos e se abriga sob madeiras velhas, lenha, telhas, tijolos, restos de construção, entulhos, além de frestas em calçadas, muros e paredes. Lixo mal acondicionado e restos de alimentos também favorecem sua presença, já que atraem insetos, como baratas, que servem de alimento para o escorpião.
Para reduzir o risco de acidentes, a Sesa reforça um conjunto de medidas preventivas, que devem ser adotadas em residências, áreas externas e locais com maior risco de infestação:
• Manter a casa, quintal e terrenos limpos, evitando acúmulo de entulhos, restos de materiais de construção e objetos desnecessários.
• Tampar ralos, caixas de gordura, frestas nas paredes e rodapés, e utilizar telas em aberturas e grelhas nos ralos.
• Afastar camas, sofás e berços das paredes e evitar que roupas de cama, cortinas ou mosquiteiros encostem no chão.
• Examinar roupas, calçados, toalhas e lençóis antes de usá-los, principalmente se estiverem guardados no chão ou em locais pouco utilizados.
• Utilizar luvas e calçados em atividades de jardinagem ou em áreas de risco.
• Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e forros.
• Instalar vedantes ou sacos de areia nas portas e janelas.
• Não usar inseticidas domésticos, pois não são eficazes contra escorpiões e podem dispersá-los.
• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões, como baratas, mantendo o ambiente limpo e o lixo bem acondicionado.
Tratamento
A picada de um escorpião causa dor imediata e intensa, que pode irradiar para o membro afetado e vir acompanhada de vermelhidão, suor local, adormecimento e, em casos mais graves, suor excessivo, agitação, tremores, náuseas, vômitos e salivação. Em caso de picada, deve-se procurar um serviço de saúde imediatamente.
O tratamento com soro antiescorpiônico é a única forma eficaz de combater o veneno e deve ser iniciado o mais rápido possível após a picada, quando indicado.
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