Falta de limites prejudica o desenvolvimento infantil
Psicólogo explica como atitudes permissivas dos pais impactam negativamente o comportamento das crianças
Crianças criadas sem limites claros podem desenvolver insegurança, impulsividade e dificuldades de convivência social. O alerta é do psicólogo clínico André Sena Machado, mestre e doutor em neurociências pela PUC-Rio, que aponta sete atitudes parentais comuns que, embora bem-intencionadas, podem comprometer o desenvolvimento emocional saudável dos filhos.
Entre os principais equívocos estão a dificuldade dos pais em dizer “não”, a ausência de regras consistentes e o hábito de tentar agradar o tempo todo. “Essas crianças crescem acreditando que o mundo girará ao redor delas. Quando confrontadas com frustrações, não conseguem lidar”, afirma Machado.
O especialista também destaca o uso excessivo de telas como ferramenta para “acalmar” os filhos, a superproteção e a tendência de justificar comportamentos inadequados com frases como “ele é só uma criança”. Segundo ele, essas atitudes enfraquecem o aprendizado de valores como empatia, paciência e responsabilidade.
Para Machado, impor limites não significa ser autoritário, mas oferecer uma estrutura emocional segura. “Crianças precisam entender que há consequências para seus atos. Isso as ajuda a desenvolver autocontrole e respeito pelo outro”, explica.
A recomendação do especialista é que os pais busquem equilíbrio: estabelecer regras claras, manter o diálogo aberto e reforçar o vínculo afetivo sem abrir mão de orientações firmes. O resultado, segundo ele, é uma infância mais saudável e um futuro emocionalmente mais estável.