Há exatamente um ano, a vida da jornalista Adriana Ibba mudou para sempre. Mãe de Liz Ibba dos Santos, de apenas três anos, Adriana sentiu a lancinante dor de perder a filha vida no voo 2283 da VoePpass, que caiu em Vinhedo (SP) em 9 de agosto de 2024, matando 61 pessoas. Desde então, ela deixou a profissão e se dedica integralmente à luta por justiça e à busca de respostas que possam minimizar a dor das famílias das vítimas.
Liz morava com a mãe em Cascavel e viajava com o pai, Rafael Fernando dos Santos, de 41 anos, servidor do Ministério Público de Santa Catarina, com destino a Florianópolis. Além de Liz e Rafael, de 41 anos, também estavam os catarinenses Diogo Boeira Ávila, 42 anos, Paulo Henrique Silva Alves, 40, e Renato Lima, 34.
Adriana hoje integra e ajuda a coordenar a Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 2283, acompanhando de perto cada atualização da investigação e compartilhando informações com outras famílias. “Eu espero até hoje o retorno da minha filha”, desabafa.
A jornalista afirma não acreditar que as fiscalizações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sejam suficientes para garantir a segurança dos passageiros. Ela aponta falta de mão de obra e de fiscais qualificados, apesar de reconhecer que há profissionais capacitados na agência. Em março deste ano, a Anac suspendeu os voos da VoePass por questões de segurança — medida que, segundo Adriana, deveria ter sido tomada antes da tragédia.
Para ela, a memória de Liz e das demais vítimas só será honrada plenamente quando mudanças concretas forem feitas na aviação comercial do país, prevenindo que outras famílias passem pela mesma dor.