O Sul de Santa Catarina se torna cada vez mais referência em iniciativas que unem tradição, educação e preservação ambiental. A Rede Marangatu, coordenada pelo professor Rodrigo de Freitas, da Unisul, desenvolve atividades em três comunidades tradicionais: o quilombo da Taboa, em Tubarão; a comunidade pesqueira de Ibiraquera, em Imbituba; e a aldeia Guarani Tekoá Marangatu, em Imaruí. O tema foi tratado no programa Estúdio Cidade da Rádio Cidade.
O projeto, financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), incentiva a chamada ciência cidadã, envolvendo moradores no registro da sociobiodiversidade local — desde saberes sobre agricultura, plantas medicinais e pesca até práticas culturais e culinárias ancestrais. Entre as metas, está transformar esse conhecimento em material didático para escolas da região.
Segundo Júlia Baldoíno Perz, jovem pesquisadora quilombola, de apenas 20 anos, o trabalho é uma forma de dar visibilidade às tradições. “Muita gente ainda não conhece nossa história, mas estamos mostrando que nossa ancestralidade segue viva e essencial”, destacou.
Entre as ações já realizadas estão intercâmbios culturais com comunidades do Rio Grande do Sul, oficinas de cartografia social, implantação de composteiras em escolas e projetos de educação ambiental crítica, que também discutem racismo e valorização da identidade local.
O projeto segue até o fim de 2025, com previsão de novos encontros nacionais e a criação de boletins produzidos pelas próprias comunidades. Interessados em acompanhar as atividades podem acessar o perfil da Rede Marangatu no Instagram (@redemarangatu).