Cotidiano
SC registra queda de casos de dengue em 2025
Estado contabilizou 17,4 mil casos até agosto, contra mais de 250 mil no mesmo período de 2024
Santa Catarina apresenta queda expressiva no número de casos de dengue em 2025. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam 17.430 registros entre 31 de dezembro de 2024 e agosto deste ano, contra 252.904 casos no mesmo período de 2024. Apesar da redução, autoridades de saúde reforçam a importância da prevenção com a chegada da primavera.
De acordo com o médico infectologista Ricardo Freitas, secretário de Saúde de Brusque e conselheiro junto ao Governo do Estado, o cenário atual pode ser explicado pela sazonalidade da doença, somada ao grande número de pessoas infectadas no ano anterior, o que gera imunidade parcial da população. Ainda assim, cidades como Florianópolis, Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí continuam registrando focos do mosquito Aedes aegypti.
Em Brusque, até 15 de agosto, foram confirmados 52 casos, com maior incidência no bairro Primeiro de Maio. No Estado, houve 15 óbitos, sendo 13 de pessoas acima de 60 anos. “Idade e comorbidades ainda são fatores de risco”, reforça Freitas.
Vacinação e novos recursos
O Brasil dispõe atualmente da vacina Qdenga, aplicada em duas doses e destinada a adolescentes de 10 a 14 anos. Porém, segundo o infectologista, o impacto ainda é limitado. Uma vacina nacional está em desenvolvimento e deve ser lançada em 2026, com expectativa de custo mais baixo e maior eficácia contra os quatro sorotipos do vírus.
Além disso, novas armadilhas biológicas e ações de vigilância têm contribuído para o controle da doença, como aplicação de fumacê, visitas domiciliares e fiscalização de áreas de risco.
A população deve manter os cuidados mesmo em períodos de baixa incidência. Entre as orientações estão eliminar recipientes que acumulem água, manter caixas d’água vedadas, desobstruir calhas e autorizar a entrada de agentes de saúde para inspeção de possíveis focos.
Os sintomas de alerta incluem febre alta, dores no corpo, dor atrás dos olhos e mal-estar. Em regiões com casos confirmados, a procura rápida por atendimento médico é fundamental.
Segundo Freitas, a expectativa é manter os números de 2025 em patamares semelhantes aos de 2020, mesmo com a chegada do verão, período mais favorável à proliferação do mosquito.