Política
Pastor Silas Malafaia tem celulares apreendidos pela PF
STF investiga suposta obstrução de Justiça ligada a articulações golpistas; medida inclui restrição de saída do país
A Polícia Federal cumpriu, na noite desta quarta-feira (20), um mandado de busca pessoal e apreensão de celulares contra o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da PET nº 14129, que apura uma suposta tentativa de obstrução de Justiça relacionada à articulação de um plano golpista.
Segundo a PF, Malafaia foi abordado assim que desembarcou de um voo vindo de Lisboa, Portugal. Ele foi levado a uma área reservada do aeroporto, onde prestou depoimento. Além da apreensão de dispositivos eletrônicos, o pastor ficou sujeito a medidas cautelares, como a proibição de sair do país e o impedimento de manter contato com outros investigados no mesmo inquérito.
A decisão judicial aponta que mensagens trocadas entre Malafaia e o ex-presidente Jair Bolsonaro, identificadas em conversas via WhatsApp, indicam tentativa coordenada de ataques a ministros do STF. As condutas descritas são consideradas similares às investigadas no chamado Inquérito das Milícias Digitais (Inq. 4.874/DF), também sob relatoria de Moraes.
A investigação também envolve o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e examina se houve tentativa de interferência no julgamento do ex-presidente. As autoridades apuram se o pastor teve participação ativa na construção de uma campanha criminosa destinada a desacreditar o Supremo Tribunal Federal.
Até o momento, Malafaia não se manifestou publicamente sobre as medidas. A defesa do pastor ainda não comentou o caso.