Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveram uma tecnologia que pode inativar até 99,72% do norovírus, agente responsável por surtos de gastroenterite aguda que costumam ocorrer no verão no litoral catarinense.
O estudo, publicado na revista científica Food and Environmental Virology, foi coordenado pela professora Gislaine Fongaro, do Laboratório de Virologia Aplicada da UFSC, e contou com a participação de estudantes de pós-graduação.
Como funciona a tecnologia
A pesquisa utilizou o óleo essencial de orégano, submetido ao processo de nanoencapsulação com quitosana, um polímero natural encontrado no ambiente marinho. Essa técnica cria uma cápsula em escala nanométrica que envolve o composto, aumentando sua eficácia.
O método superou limitações da versão pura do óleo de orégano, que apresenta baixa solubilidade em água e alta volatilidade. Os pesquisadores destacaram ainda que a eficácia foi mantida mesmo em ambientes ricos em matéria orgânica, onde desinfetantes convencionais costumam perder efeito.
Segundo Fongaro, a forma nanoencapsulada permite que o óleo atue em condições mais desafiadoras.
Por que isso importa
O norovírus é o principal causador de gastroenterite aguda no mundo. A infecção provoca sintomas como diarreia, vômitos e dores abdominais, com alto potencial de disseminação em locais com grande concentração de pessoas, como praias e balneários durante o verão.
No Brasil, surtos já foram registrados em diferentes regiões do litoral. A tecnologia desenvolvida pela UFSC é apontada como uma alternativa sustentável e eficiente para reduzir os riscos de contaminação.