Nascidos entre 1939 e 2000 têm poucas chances de chegar aos 100 anos, aponta estudo

Pesquisa mostra que avanços no início do século 20 em países ricos já não se repetem nas gerações mais recentes.

Leticia Matos

Publicado em: 18 de setembro de 2025

4 min.
Nascidos entre 1939 e 2000 têm poucas chances de chegar aos 100 anos, aponta estudo. Foto: Divulgação/SCTODODIA

Nascidos entre 1939 e 2000 têm poucas chances de chegar aos 100 anos, aponta estudo. Foto: Divulgação/SCTODODIA

Se você nasceu entre 1939 e 2000, as chances de chegar aos 100 anos de idade são baixas. Essa é a principal conclusão de um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), que analisou dados de 23 países de alta renda.

O levantamento identificou que os avanços na expectativa de vida registrados entre os nascidos de 1900 a 1938 — período marcado por grandes melhorias nas condições de saúde infantil — não se repetiram nas gerações seguintes.

Segundo o pesquisador José Andrade, doutorando no Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica, na Alemanha, essa diferença se explica em grande parte pela queda nas taxas de mortalidade infantil ocorrida no início do século 20. “Quanto mais indivíduos sobrevivem aos primeiros anos de vida, maior a probabilidade de viverem por muito mais tempo”, destacou.

Por que a expectativa de vida desacelerou

Os autores apontam que, entre os nascidos de 1939 a 2000, a longevidade encontra limites por diferentes fatores:

  • Baixa mortalidade infantil já consolidada: nos países ricos, a taxa de óbitos em idades jovens já é tão baixa que melhorias adicionais têm pouco efeito.
  • Conflitos armados e pandemias: guerras e crises sanitárias também impactaram negativamente a expectativa de vida.
  • Fatores estruturais: doenças crônicas e novos desafios de saúde pública dificultam avanços expressivos.

Impactos sociais e individuais

A pesquisa reforça que os dados têm relevância prática para governos e cidadãos. Para autoridades e sistemas de previdência, servem como base para planejar políticas sociais e de saúde. Já para os indivíduos, indicam a necessidade de repensar estratégias de aposentadoria, poupança e planejamento de longo prazo.

O estudo, no entanto, não incluiu países pobres e de renda média, como o Brasil. Para esses locais, ainda existe margem para ganhos na expectativa de vida, especialmente com a redução da mortalidade infantil — cenário semelhante ao dos países ricos no início do século passado.


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