As vendas para o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, devem alcançar R$ 9,96 bilhões em 2025, segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O valor representa um crescimento de 1,1% em relação ao ano passado, quando foram movimentados R$ 9,85 bilhões. Caso a previsão se confirme, será o melhor desempenho da data em 12 anos, atrás apenas de 2014, quando o faturamento chegou a R$ 10,5 bilhões.
A data é considerada a terceira mais importante para o varejo brasileiro, ficando atrás do Natal — que gerou R$ 72,8 bilhões em 2024 — e do Dia das Mães, com R$ 14,5 bilhões em 2025.
Setores que devem liderar as vendas
De acordo com a CNC, os segmentos mais procurados para a data são:
- Vestuário, calçados e acessórios: R$ 2,71 bilhões
- Eletroeletrônicos e brinquedos: R$ 2,66 bilhões
- Farmácias e cosméticos: R$ 2,15 bilhões
- Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,29 bilhão
- Hiper e supermercados: R$ 690 milhões
- Outros segmentos: R$ 45 milhões
Fatores econômicos podem limitar o crescimento
Apesar da projeção positiva, o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes, alerta que o desempenho poderia ser melhor caso o cenário econômico fosse mais favorável. A taxa básica de juros, mantida pelo Banco Central em 15% ao ano, tem encarecido o crédito, elevando a taxa média ao consumidor para 57,65% em julho, maior patamar para o mês desde 2017.
A inflação acumulada em 12 meses até agosto atingiu 5,13%, acima do teto da meta de 4,5%. O resultado pressiona o orçamento das famílias e contribui para a inadimplência, que atingiu 30,4% dos lares brasileiros — o maior índice desde o início da pesquisa da CNC, em 2010.
Além disso, o comércio acumula quatro meses consecutivos de queda nas vendas, segundo o IBGE, o que reforça a cautela do setor.
Inflação atinge produtos típicos da data
Os itens mais associados ao Dia das Crianças registraram inflação média de 8,5% em relação a 2024, superando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Alguns produtos tiveram altas expressivas:
- Chocolates: 24,7%
- Doces: 13,9%
- Lanches: 10,9%
- Lazer (cinema e teatro): 10,3%
Por outro lado, brinquedos (4,1%) e roupas infantis (3,3%), que estão entre os presentes mais procurados, devem ter reajustes abaixo da inflação geral.
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