Casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas têm provocado preocupação em São Paulo e em outras regiões do Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o país já soma 127 notificações, sendo 11 confirmadas e 116 em investigação – distribuídos em 12 estados. Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram seus primeiros casos suspeitos, enquanto São Paulo concentra a maioria das ocorrências.
Entenda o que se sabe até agora sobre a crise do metanol
Como começou
O alerta foi emitido no último dia 22, quando médicos de hospitais paulistas começaram a identificar pacientes com sintomas típicos de intoxicação por metanol. Diferente de casos isolados — geralmente associados à ingestão de combustíveis —, as vítimas haviam consumido bebidas alcoólicas em bares e festas, o que levantou suspeitas de adulteração em garrafas comercializadas no mercado.
Linha de investigação
A Polícia Civil apura a atuação de fábricas clandestinas que estariam usando metanol para higienizar garrafas falsificadas antes de reembalá-las. A substância, proibida para fins comerciais no Brasil, teria sido importada ilegalmente. Até agora, mais de mil garrafas foram apreendidas, e análises laboratoriais já confirmaram a presença de metanol em parte dos lotes.
Ações do governo
O governo federal instalou uma sala de situação em Brasília para monitorar os casos e anunciou a compra emergencial de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2.500 tratamentos com fomepizol, um outro antídoto eficaz contra a intoxicação por metanol.
A previsão é que os novos estoques cheguem ao país ao longo das próximas semanas, assegurando o tratamento para os casos suspeitos e confirmados.
Em São Paulo, o governo estadual determinou suspensão de cadastros de bares flagrados vendendo produtos adulterados. O governador Tarcísio de Freitas também defendeu que o crime de falsificação de bebidas seja considerado hediondo.
Operações conjuntas entre polícias e Vigilância Sanitária interditaram bares e distribuidoras, e um homem apontado como principal fornecedor de insumos para bebidas falsificadas foi preso na Zona Norte da capital.
Como descartar garrafas com segurança
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) orienta que consumidores tomem cuidado no descarte de garrafas de destilados:
- Retirar rótulos antes do descarte;
- Separar tampa e vidro em lixos diferentes;
- Levar garrafas a pontos de coleta de vidro;
- Evitar jogar no lixo comum, o que facilita a reutilização por falsificadores.
Como se proteger
O metanol não altera cor, cheiro ou sabor da bebida, o que o torna impossível de ser identificado sem análise laboratorial. Por isso, especialistas alertam que os consumidores devem:
- Comprar apenas em locais de confiança;
- Desconfiar de preços muito baixos;
- Verificar lacres e selos fiscais;
- Procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas como tontura, náusea, visão borrada ou confusão mental.
Há bebidas seguras?
Segundo especialistas, cervejas, vinhos e chopes têm menor risco de adulteração, especialmente os envasados em lata. Mesmo assim, a recomendação das autoridades é evitar destilados incolores, como vodca e cachaça, até que os lotes suspeitos sejam retirados de circulação.
Efeitos no organismo
O metanol é metabolizado pelo fígado e transformado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias que atacam o sistema nervoso, os olhos e outros órgãos. Em até 48 horas após a ingestão, o quadro pode evoluir para cegueira, falência de órgãos e morte.
Existe antídoto?
Sim. O fomepizol é o tratamento padrão internacional, mas ainda não está disponível no Brasil. Enquanto isso, hospitais utilizam etanol farmacêutico, que atua como antídoto parcial ao competir com o metanol no fígado, reduzindo seus efeitos tóxicos.
Impacto no setor
A crise já provoca queda no movimento de bares e restaurantes em São Paulo. Donos de estabelecimentos relatam redução na venda de destilados e aumento no consumo de cerveja. Alguns locais suspenderam temporariamente a comercialização de vodca, uísque e cachaça.
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