A Venezuela iniciou oficialmente as comemorações de Natal em outubro, após um decreto do ditador Nicolás Maduro, anunciado no fim de setembro. Segundo o governante, a medida tem o objetivo de “defender a felicidade” e estimular a atividade econômica e cultural no país.
“Como nosso povo está constantemente em busca de sua felicidade e da atividade econômica, comercial e cultural, queremos que eles se unam e se fortaleçam. Vamos aplicar a mesma fórmula de outros anos, que funcionou muito bem para a economia, a cultura e a felicidade”, declarou Maduro ao anunciar o decreto.
Prática começou em 2013
A antecipação do Natal não é inédita na Venezuela. A prática foi adotada pela primeira vez em 2013, quando o país enfrentava uma grave crise econômica e escassez de produtos básicos. Na época, o regime adiantou as feiras natalinas para impulsionar o comércio e amenizar o descontentamento popular.
Desde então, Maduro repetiu a medida em vários anos, inclusive em 2024. No entanto, a decisão é alvo de críticas recorrentes de setores religiosos e oposicionistas.
Críticas da Igreja Católica
No ano passado, bispos da Igreja Católica venezuelana criticaram a antecipação das celebrações, afirmando que o governo utiliza o Natal de forma política e propagandística. Segundo a Igreja, o período natalino tem significado religioso e litúrgico definido, e não deve ser alterado por decisões de Estado.
“Natal político” em meio a tensões com os Estados Unidos
A decisão deste ano ocorre em um contexto de tensão crescente entre a Venezuela e os Estados Unidos. Nos últimos meses, o governo norte-americano ordenou manobras militares próximas ao território venezuelano, o que levou Maduro a afirmar que está “pronto para declarar estado de emergência”.
Durante um discurso televisionado, o líder chavista disse que o país precisa se preparar para “defender a paz e a estabilidade diante das ameaças do império dos EUA”.
As relações entre Caracas e Washington continuam estremecidas. O governo americano acusa Maduro de envolvimento com o narcotráfico, e recentemente dobrou a recompensa por informações que levem à sua prisão, chegando a US$ 50 milhões.
“Defender a alegria”
Mesmo diante das críticas e da crise interna, Maduro manteve o tom otimista no anúncio:
“Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas e gaitas de fole. Esta é a maneira de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria”, afirmou o ditador.
A antecipação do Natal, contudo, é vista por analistas como uma tentativa de distrair a população em meio à instabilidade econômica e política do país — que enfrenta inflação alta, êxodo migratório e denúncias de violações de direitos humanos.
FIQUE BEM INFORMADO:
📲 Fique por dentro do que acontece em Santa Catarina!
Entre agora no nosso canal no WhatsApp e receba as principais notícias direto no seu celular.
👉 Clique aqui e acompanhe.