Salário mínimo ideal no Brasil deveria ser de R$ 7 mil, aponta Dieese

Levantamento do Dieese mostra que salário mínimo ideal deveria ser de R$ 7 mil; São Paulo mantém cesta básica mais cara do país

Joca Baggio

Publicado em: 9 de outubro de 2025

5 min.
Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário para setembro seria de R$ 7.075,83, com São Paulo mantendo a cesta básica mais cara do país - Foto: Agência Brasil/Divulgação

Segundo o Dieese, o salário mínimo necessário para setembro seria de R$ 7.075,83, com São Paulo mantendo a cesta básica mais cara do país - Foto: Agência Brasil/Divulgação

O salário mínimo ideal no Brasil deveria ser de R$ 7.075,83 em setembro de 2025, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor é 4,66 vezes maior que o salário mínimo em vigor, atualmente de R$ 1.518, e reflete o custo da cesta básica mais cara do país, registrada em São Paulo.

O cálculo considera o preço médio dos alimentos essenciais e o impacto sobre o orçamento familiar de trabalhadores brasileiros. Em setembro de 2024, o valor estimado era de R$ 6.657,55, o equivalente a 4,71 vezes o mínimo vigente à época (R$ 1.412).


Cesta básica tem queda em 22 capitais

O levantamento, realizado pelo Dieese em parceria com a Conab, apontou queda no preço da cesta básica em 22 das 27 capitais brasileiras no mês de setembro. As maiores reduções foram observadas em Fortaleza (-6,31%) e Palmas (-5,91%).

Entre as capitais com alta, Campo Grande liderou com 1,55%, seguida por Curitiba (0,38%), Vitória (0,21%), Porto Alegre (0,04%) e Macapá (0,03%).


Capitais com cestas mais caras

Mesmo com recuo de 1,01%, São Paulo manteve o topo do ranking, com o custo da cesta em R$ 842,26, seguida por Porto Alegre (R$ 811,44) e Florianópolis (R$ 811,07).
Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 552,65) e Maceió (R$ 593,17).

A pesquisa passou a abranger todas as 27 capitais a partir de julho de 2025, ampliando a comparação nacional do custo dos alimentos.

Entre os produtos que mais contribuíram para o recuo da cesta estão o tomate e o arroz agulhinha. O tomate caiu em 26 capitais, com variação de -47,61% em Palmas a -3,32% em Campo Grande. Já o arroz apresentou queda em 25 capitais, com destaque para Natal (-6,45%), Brasília (-5,33%) e João Pessoa (-5,05%).

Em contrapartida, a carne bovina de primeira teve alta em 16 capitais, com aumentos expressivos em Vitória (4,57%), Aracaju (2,32%) e Belém (1,59%). Segundo o Dieese, a estiagem limitou a oferta e pressionou os preços em algumas regiões, enquanto a demanda mais fraca ajudou a conter altas em outras.

O café em pó apresentou comportamento misto — com queda em 14 capitais, como Rio de Janeiro (-2,92%) e Natal (-2,48%), e alta em 13, como São Luís (5,10%) e Campo Grande (4,32%).

Alta acumulada e custo de vida

Na comparação anual entre setembro de 2024 e setembro de 2025, as 17 capitais acompanhadas desde o ano anterior apresentaram alta nos preços da cesta básica, variando de 3,87% (Belém) a 15,06% (Recife).

No acumulado de 2025, 12 capitais registraram aumento, com destaque para Recife (4,69%), Porto Alegre (3,54%) e Salvador (3,06%). Já Brasília (-3,15%) e Goiânia (-3,0%) tiveram as maiores quedas no período.

O Dieese reforça que o valor de R$ 7 mil seria o mínimo necessário para cobrir alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas, conforme previsto na Constituição Federal.


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