Navegantes discute plano de proteção do aeroporto e impactos no desenvolvimento urbano

Plano de proteção do Aeroporto de Navegantes é debatido em reunião que busca conciliar segurança aérea e crescimento urbano.

Joca Baggio

Publicado em: 9 de outubro de 2025

5 min.
Estudo da Infracea busca equilibrar segurança aérea, crescimento urbano e regras para construções no entorno do terminal - Foto: Joca Baggio

Estudo da Infracea busca equilibrar segurança aérea, crescimento urbano e regras para construções no entorno do terminal - Foto: Joca Baggio

A Infracea apresentou nesta quinta-feira (9) um estudo preliminar para implantação do Plano de Zona de Proteção de Aeródromo (PZPA) do Aeroporto Internacional de Navegantes. A proposta foi debatida em reunião com especialistas, autoridades e representantes da comunidade, com foco em alinhar a segurança da aviação civil ao crescimento ordenado da cidade.

O encontro, conduzido remotamente pelo especialista em operações aéreas da Infracea, Ricardo Tiepner, teve a participação de técnicos, empresários e moradores, além de representantes do poder público. O objetivo foi discutir os impactos e oportunidades que surgem com a criação da área de proteção, responsável por definir restrições de altura e uso do solo em construções próximas ao terminal.

De acordo com a sócia-proprietária da Infracea, Lilia Marcos Viana, o estudo representa apenas o início do processo de planejamento. “É um primeiro passo para compreender o que é o Plano de Zona de Proteção e como ele se relaciona com as construções no entorno do aeródromo. Não é preciso ter domínio técnico, mas é fundamental que construtoras, prefeitura e órgãos públicos entendam a importância do plano”, explicou.

O diretor de Operações da empresa, Thaylon Leite de Abreu, ressaltou que o PZPA estabelece uma “superfície imaginária” de segurança que precisa ser respeitada para evitar interferências nas operações de pouso e decolagem. “Se um edifício ultrapassa essa superfície, pode comprometer a segurança do voo. Em alguns casos, pode ser necessário reduzir a altura de construções ou até realizar desapropriações, como já ocorreu em Brasília”, exemplificou.

Regulamentado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o PZPA define limites de altura para edificações, localização de antenas e impede a instalação de obstáculos que possam afetar a segurança operacional. O modelo é dividido em duas categorias: o Plano Básico (PBZPA), aplicado de forma geral, e o Plano Específico (PEZPA), voltado a casos particulares de cada aeródromo.

O prefeito de Navegantes, Liba Fronza, reforçou a necessidade de atualização dos estudos. “Precisamos rever o plano aéreo de Navegantes. Os estudos estão muito ultrapassados e geram prejuízos, principalmente para a construção civil. Queremos o aeroporto funcionando plenamente, mas é necessário compatibilizar as limitações de altura com o nosso plano diretor”, afirmou.

A Infracea, que atua em gestão aeroportuária em todo o país e é responsável também pelo Aeroporto de Correia Pinto, informou que os prazos de conclusão do PZPA dependem da complexidade das operações. A empresa pretende avançar nas análises técnicas para subsidiar negociações junto à ANAC e demais órgãos competentes, buscando garantir segurança e desenvolvimento urbano equilibrado.


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