Um grupo de pais e responsáveis realizou um protesto em frente à Escola Municipal Filho do Mineiro, no bairro Metropol, em Criciúma. A manifestação ocorreu após a comunidade escolar ser informada de que, a partir de 2026, as turmas 101, 102 e 201 — do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental — deixarão de funcionar em tempo integral e passarão a ter aulas somente no período vespertino.
De acordo com os manifestantes, a decisão surpreendeu as famílias, que receberam o comunicado junto com a abertura do período de matrículas.
“Prometeram o turno integral há três anos para nós, e agora dizem que não há mais recurso. Quem trabalha fora não tem com quem deixar uma criança de 6, 7 ou 8 anos sozinha em casa”, desabafou Patrick de Sousa Alves, pai de um aluno do 2º ano.
Com cartazes e faixas, os pais cobraram revisão da medida e afirmaram que o fim do período integral prejudica dezenas de famílias trabalhadoras da região.
“Estão transferindo o problema para as famílias”, dizem os pais
Segundo os pais, a justificativa apresentada pela Secretaria de Educação de Criciúma é o aumento no número de matrículas do 6º ano a partir de 2026, o que exigiria o uso das salas hoje destinadas às turmas de tempo integral.
“Eles tinham que achar uma solução, e o que fizeram foi prejudicar as crianças. Agora dizem que há 20 vagas em outras escolas, mas estamos falando de 80 famílias envolvidas”, afirmou Ronaldo Nascimento de Oliveira, outro pai de aluno.
Os responsáveis também destacaram a preocupação com crianças pequenas e alunos autistas, já adaptados à rotina e à equipe da escola.
Prefeitura alega readequação e promete reavaliar situação
A secretária de Educação de Criciúma, Geovana Benedet Zanette, confirmou que a mudança é necessária para reorganizar a rede municipal diante do aumento da demanda.
“É uma escola muito procurada, e nesse caso ela precisa atender os estudantes que são daquela região”, explicou.
Segundo Geovana, a decisão ainda poderá ser reavaliada durante o período de matrículas, caso a previsão de novas inscrições não se confirme.
“Percebemos que será necessário utilizar essas salas no turno matutino, mas vamos acompanhar o andamento das matrículas para definir com mais precisão”, afirmou.
A secretária também se reuniu com pais do 2º ano nesta quinta-feira (9), na prefeitura, e disse ter oferecido vagas em outras escolas com tempo integral, próximas ao local de trabalho dos responsáveis.
Enquanto isso, o governo do Estado avalia o pedido da Escola Silva Alvarenga, também no bairro Metropol, para implantar o turno integral — medida que poderia aliviar a demanda. No entanto, ainda não há previsão de quando a proposta será analisada.
Para os pais, mesmo que a mudança seja aprovada, o número de vagas não seria suficiente. “Temos alunos com necessidades especiais que não podem ser simplesmente transferidos. É uma questão de adaptação, vínculo e acolhimento”, ressaltou Patrick Alves.
Atualmente, a Escola Filho do Mineiro atende cerca de 900 alunos e segue com o ensino integral mantido apenas na Educação Infantil.
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