Tarifaço dos EUA e juros altos derrubam produção industrial de Santa Catarina em agosto

Indústria catarinense recua 2,2% em agosto; setores de madeira e móveis são os mais afetados pelo tarifaço dos EUA e juros elevados.

Joca Baggio

Publicado em: 13 de outubro de 2025

4 min.
Tarifaço dos EUA e juros altos derrubam produção industrial de Santa Catarina em agosto - Foto: Facisc/Divulgação

Tarifaço dos EUA e juros altos derrubam produção industrial de Santa Catarina em agosto - Foto: Facisc/Divulgação

A produção industrial de Santa Catarina registrou queda de 2,2% em agosto de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE. Em relação a julho, a retração foi de 1,8%, já considerando os ajustes sazonais.

De acordo com o levantamento, o resultado negativo foi influenciado principalmente por dois fatores externos e econômicos combinados: o tarifaço imposto pelos Estados Unidos e a manutenção dos juros básicos em patamares elevados.

Com a retração de agosto, o setor industrial catarinense acumula crescimento de 3,3% no ano e alta de 5% nos últimos 12 meses, ainda acima da média nacional.

Setores mais afetados

Os ramos mais impactados pelo tarifaço norte-americano foram os de madeira e móveis, que registraram quedas expressivas de 22,8% e 13%, respectivamente, na comparação com agosto de 2024.

Outros segmentos também tiveram desempenho negativo, principalmente devido ao custo elevado do crédito e à demanda interna contida. Entre eles:

  • Veículos, reboques e carrocerias: queda de 16,9%;
  • Confecções, vestuário e acessórios: recuo de 8,2%;
  • Produtos químicos: redução de 6,3%.

Desempenho nacional

No cenário brasileiro, a indústria como um todo apresentou crescimento de 0,8% em agosto frente ao mês anterior, mas queda de 0,7% em relação a agosto de 2024. No acumulado do ano, o setor nacional cresceu 0,9%, e 1,6% nos últimos 12 meses.

Entre os 18 estados pesquisados pelo IBGE, nove tiveram queda na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior. As maiores retrações ocorreram em Mato Grosso (-12,8%), Maranhão (-11,4%) e Amazonas (-9,3%). Em Santa Catarina, o recuo foi de 2,2%, influenciado também pelo menor número de dias úteis neste ano.

Perspectivas para os próximos meses

O segundo semestre costuma ser de maior ritmo na indústria catarinense, impulsionado pelas vendas de final de ano. No entanto, especialistas avaliam que o cenário segue desafiador, com pressões cambiais, juros altos e retração no comércio exterior ainda limitando a recuperação do setor.

Mesmo assim, o saldo positivo no acumulado do ano mostra que o parque industrial catarinense mantém resiliência e capacidade de reação, sobretudo nos setores mais ligados ao consumo interno e à exportação de bens de maior valor agregado.


FIQUE BEM INFORMADO:
📲 Fique por dentro do que acontece em Santa Catarina!
Entre agora no nosso canal no WhatsApp e receba as principais notícias direto no seu celular.
👉 Clique aqui e acompanhe.



× SCTODODIA Rádios