O Brasil enfrenta uma crise na formação de novos engenheiros, com um deficit estimado de 75 mil profissionais, aponta a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em pesquisa publicada ao final de 2024, informa o coordenador do Curso de Engenharia Civil da UNESC, professor doutorando Augusto Wanderlind, em entrevista à Rádio Cidade em Dia, de Criciúma. Neste contexto onde a “engenharia está presente em todos os espaços que ocupamos” destaca Wanderlind, e “pela baixa procura aos cursos de engenharias e falta destes profissionais no mercado de trabalho”, o programa “Universidade Gratuita”, do governo catarinense, está incentivando a procura por cursos de engenharias e licenciaturas e a UNESC oferece suporte especial aos acadêmicos.
Matemática e baixos salários
Em reportagem publicada no jornal Estado de São Paulo, em 28 de agostos deste ano, entre os fatores principais que afastam os vestibulandos dos cursos de engenharia: dificuldade com a matemática e baixos salários. Sobre estas dificuldades, adianta Wanderlind que a UNESC oferece um suporte especial do aprendizado em matemática aos acadêmicos, logo que ingressam na faculdade, e sobre baixos salários, a questão está mais para um “mito” criado. Tanto que todos os acadêmicos de engenharia da UNESC ingressam logo ao se formar no mercado de trabalho, em virtude de parcerias da universidade com empresas da região. “Muitos formandos nem estão ficando mais aqui para trabalhar”, constata Wanderlind.
Mercado de trabalho
Do projeto de construção de uma casa pequena à construção de arranha-céus, pontes, viadutos e por aí afora, com todos os detalhes do estudo de materiais à instalações hidráulicas, elétricas, “tudo que está neste ambiente precisou de engenheiros especializados”, referiu-se Wanderlind ao estúdio da Rádio Cidade em Dia, onde estava acontecendo a entrevista.
Cases
No caso de Augusto Wanderlind, ele optou pela carreira acadêmica, é coordenador do Curso de Engenharia Civil da UNESC, fez Mestrado e agora está em processo de doutorado em área específica da engenharia. Mas, conta, além da UNESC, também participa de projetos em empresas. Outro case é de um engenheiro mecânico aqui de Criciúma, Vladimir Guidi, diplomado pela UFSC e seis meses antes de encerrar o curso foi chamado pela Embraco, em Joinville, e nos dias atuais atua em uma empresa multinacional, com sede nos Estados Unidos, desempenhando a função de análise e compra de materiais, organizando equipes e com viagens frequentes para a Europa, China e Índia. André Pasini, engenheiro na primeira formação, está assumindo a gerência do Shopping Della, em Criciúma, depois de seguir uma carreira de mais de 15 anos atuando na construção e gerenciamento de shoppings em vários estados do País. Em entrevista a Rádio Cidade em Dia, pontuou a importância de sua formação em exatas para sua carreira.
Volta ao mercado
Com um déficit estimado em 75 mil profissionais no país, foi lançado em agosto, dia 22, o projeto Plataforma InovaSenior, com o objetivo de reconectar engenheiros com 60 anos ou mais ao mercado de trabalho. A inciativa, de ex-alunos da USP e do ITA, começou com um banco de 200 engenheiros formados nas duas instituições e “propõe usar inteligência artificial e princípios de governança ambiental, social e corporativa para aproximar experiência técnica de empresas, startups e instituições que buscam visão estratégica”, escreveu Alisson Fisher em reportagem publicada na plataforma Click Petróleo e Gás (CPG).
Cursos de Engenharia
Em Criciúma, a UNESC oferece os cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Química e Engenharia de Produção. A UniSATC também oferece vários cursos na área das engenharias, com destaque para o curso de Engenharia de Minas, próprio para apoiar o desenvolvimento da região carbonífera no sulcatarinense.
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