O segundo episódio da série especial “Denúncias contra o Hospital Materno Infantil Santa Catarina”, produzida pela jornalista Manuela Oliveira, da Rádio Cidade em Dia, revela mais um caso de falhas graves no atendimento médico na unidade hospitalar de Criciúma. Desta vez, o relato é de Daiane Rodrigues Dias, mãe de Jordana, uma menina de 2 anos e 7 meses que morreu após complicações renais.
Segundo Daiane, a filha chegou ao hospital com febre e vômito, mas foi diagnosticada com uma simples virose, sem a realização de exames laboratoriais. Mesmo diante da presença de sangue nas fezes da criança, o pedido de avaliação mais detalhada não foi atendido. “Ela disse que podia ter sido algo colorido que a menina comeu. É muito triste, porque foi um achismo que custou a vida da Jordana”, lamenta a mãe.
Com o agravamento do quadro, Jordana retornou ao hospital, onde passou por um novo atendimento. De acordo com o relato, a menina recebeu novamente uma classificação leve de triagem e, mesmo debilitada, a médica quase concedeu alta. Apenas após insistência da mãe, foi solicitada a internação e a colocação de soro.
Durante o procedimento, um técnico de enfermagem em treinamento tentou aplicar o acesso intravenoso, sem sucesso. “Ele mesmo disse que estava com dor de cabeça. Pedi para que chamassem a enfermeira-chefe, mas me disseram que eu não tinha o direito de escolher”, conta Daiane.
Ela relata ainda que o hospital reaproveitou materiais durante o atendimento: “Eles lavaram o kit de acesso e reutilizaram, dizendo que o hospital estava em crise e não havia novos kits disponíveis”.
Após exames, foi detectada uma infecção grave causada por uma bactéria intestinal, que evoluiu para uma síndrome hemolítica urêmica — uma condição severa que exige suporte imediato com hemodiálise. Segundo a mãe, a falta de estrutura adequada contribuiu para o desfecho fatal. “O hospital não tinha nefrologista nem máquina de hemodiálise infantil. Eles sabiam do risco e mesmo assim tentaram fazer uma cirurgia sem condições mínimas”, relata.
Daiane afirma que, diante da gravidade, o hospital tentou transferir a filha, mas não havia vagas disponíveis na rede estadual. “A Jordana morreu sem ter acesso à hemodiálise, sem poder lutar pela própria vida”, disse emocionada.
O Hospital Materno Infantil Santa Catarina foi novamente procurado para comentar as denúncias apresentadas no segundo episódio da série, mas, até o momento da publicação, não se manifestou.
A série “Denúncias contra o Hospital Materno Infantil Santa Catarina” segue em exibição na Rádio Cidade em Dia e nas plataformas digitais da emissora. O próximo episódio trará o caso de Samuel, um bebê de 10 meses que ficou 58 dias internado na UTI e não resistiu.
FIQUE BEM INFORMADO:
📲 Fique por dentro do que acontece em Santa Catarina!
Entre agora no nosso canal no WhatsApp e receba as principais notícias direto no seu celular.
👉 Clique aqui e acompanhe.