Metade dos brasileiros vive sem reserva para emergências — e o motivo surpreende

Mesmo com a maioria afirmando ter controle sobre as finanças, pesquisa Datafolha revela que 43% da população não consegue guardar dinheiro e enfrenta imprevistos com frequência.

Leticia Matos

Publicado em: 4 de novembro de 2025

4 min.
Metade dos brasileiros vive sem reserva para emergências — e o motivo surpreende. - Foto: Divulgação

Metade dos brasileiros vive sem reserva para emergências — e o motivo surpreende. - Foto: Divulgação

Apesar de a maioria dos brasileiros afirmar ter algum nível de controle financeiro, quase metade ainda não possui uma reserva para imprevistos. A constatação é da pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (4), que revela que 59% dos entrevistados se dizem organizados com o dinheiro, mas 43% admitem não ter dinheiro guardado.

De acordo com o levantamento, 84% dos participantes enfrentaram ao menos uma emergência financeira nos últimos 12 meses — situações que vão desde o atraso no pagamento de contas até o uso de crédito ou negativação do nome. Os dados mostram que, mesmo com esforços de planejamento, os imprevistos ainda comprometem o orçamento das famílias e evidenciam a vulnerabilidade das finanças pessoais no país.

Maioria tenta se organizar, mas falta sobra no orçamento

O hábito de planejar as despesas mensais é cada vez mais comum: 64% dos brasileiros afirmam organizar seus gastos regularmente. Ainda assim, 39% relatam que conseguem pagar as contas, mas sem sobras, e 19% nem sempre conseguem quitar todas as obrigações do mês.

A insatisfação com a situação financeira é predominante. Entre os entrevistados, 46% se declaram insatisfeitos com sua condição, enquanto 38% estão neutros e apenas 16% dizem estar satisfeitos. O estudo também mostra que quem acompanha de perto os próprios gastos tende a estar mais satisfeito: 82% dos que monitoram suas finanças se dizem mais tranquilos em relação ao dinheiro.

Intenção e prática financeira ainda destoam

O levantamento aponta um descompasso entre a percepção de organização e a prática. Nos últimos 12 meses, 39% dos entrevistados admitiram ter encerrado o orçamento no vermelho. O índice é ainda maior entre os que não se consideram planejados (54%) e entre os insatisfeitos com sua situação financeira (53%).

Metade dos brasileiros (52%) afirma ter apenas uma noção aproximada dos próprios gastos mensais — sem saber exatamente quanto desembolsa a cada mês. Esse cenário reforça a dificuldade em manter um controle real das despesas.

Planejamento de longo prazo ainda é exceção

Quando o assunto é reserva de emergência, o cenário é preocupante: 43% dos brasileiros não possuem nenhum valor guardado. A falta de poupança é mais comum entre os pertencentes à classe C, que representam 78% desse grupo. Em relação ao planejamento sucessório, 56% já pensaram em como distribuir seus bens, mas apenas 7% formalizaram um testamento ou plano sucessório.

A pesquisa Datafolha ouviu 2 mil pessoas com 18 anos ou mais, das classes A, B e C, entre os dias 16 e 29 de julho, em todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.


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