União estável supera casamento formal pela primeira vez no Brasil

Dados do Censo 2022 mostram que quase 40% dos casais brasileiros vivem juntos sem casamento civil ou religioso, refletindo mudanças culturais e econômicas no país.

Leticia Matos

Publicado em: 5 de novembro de 2025

4 min.
União estável supera casamento formal pela primeira vez no Brasil. - Foto: Divulgação

União estável supera casamento formal pela primeira vez no Brasil. - Foto: Divulgação

Pela primeira vez na história, a união estável ultrapassou o casamento formal no Brasil. De acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (5), 38,9% das pessoas em união conjugal vivem juntas sem registro civil ou religioso. O número marca uma virada de comportamento entre os brasileiros e evidencia o impacto da idade, renda e religião nas novas formas de relacionamento.

O levantamento revela uma mudança progressiva ao longo dos anos. Em 2000, apenas 26,6% dos casais viviam em união estável. O índice subiu para 36,4% em 2010 e, agora, alcançou a liderança, superando o casamento tradicional.

A pesquisa mostra que a preferência por esse modelo é mais forte entre os jovens: 28,5% das pessoas entre 30 e 39 anos estão em união estável, enquanto 24,8% estão na faixa de 20 a 29 anos. Entre os idosos com 60 anos ou mais, o percentual cai para 8,8%, mostrando que o casamento formal ainda predomina entre as gerações anteriores.

O fator econômico também é determinante. Entre quem ganha até meio salário mínimo, 52,1% vivem em união estável. Já entre os que têm renda superior a cinco salários mínimos, o índice despenca para 2,4%.

Diferenças raciais e religiosas

O recorte por cor e raça indica que a modalidade é mais comum entre indígenas (56%) e pardos (43,8%), enquanto entre brancos o casamento formal ainda é maioria (39,5% vivem em união estável).

A religião também influencia. Entre pessoas sem religião, 62,5% vivem nessa modalidade. Já entre católicos, o percentual é de 40,9%, e entre evangélicos, 28,7%, o menor entre todos os grupos analisados.

Diferenças regionais e gênero

Regionalmente, o Norte e o Nordeste concentram os maiores índices de união estável. O Amapá lidera o ranking nacional, com 62,6% dos casais optando por essa forma de relação. Em contraste, São Paulo registra o menor percentual do país: 29,9%.

As uniões homoafetivas também aparecem com destaque no levantamento. Segundo o IBGE, 77,6% delas não possuem registro formal, o que reforça a tendência de informalidade nesse grupo.


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