Funcionários de comunidade terapêutica são presos por cárcere privado em Garopaba

A ação levou à interdição parcial da clínica.

Eduardo Fogaça

Publicado em: 18 de novembro de 2025

4 min.
Funcionários de comunidade terapêutica são presos por cárcere privado em Garopaba. Foto: Divulgação

Funcionários de comunidade terapêutica são presos por cárcere privado em Garopaba. Foto: Divulgação

Cinco funcionários de uma comunidade terapêutica foram presos em flagrante por cárcere privado nesta segunda-feira (17), em Garopaba, durante uma fiscalização realizada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A ação levou à interdição parcial da clínica.

O Promotor de Justiça Guilherme Brito Laus Simas, que coordenou a operação com apoio do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública (CSP) do MPSC, informou que o Ministério Público chegou ao local após denúncias de que pacientes estariam sendo mantidos contra a vontade, sem respaldo legal para internação involuntária.

O que a fiscalização encontrou

De acordo com o MPSC, a inspeção constatou que:

  • Pacientes eram levados à força em prática conhecida como “resgate”.
  • A permanência era imposta por um período médio de três meses.
  • Nenhum dos internos possuía laudo médico que justificasse internação compulsória.
  • A instituição estava autorizada apenas a receber internações voluntárias.

Simas destacou que “nenhum deles possuía laudo médico que justificasse a permanência compulsória”, reforçando a ilegalidade da prática.

Relatos de violência e violações

Durante a ação, os fiscais ouviram relatos de:

  • Violência física e psicológica.
  • Alimentação insuficiente.
  • Falta de higiene no preparo das refeições.
  • Uso de medicação forçada como forma de punição, deixando pacientes inconscientes.

Segundo o Promotor, “os relatos de sequestro, violência e medicação forçada são gravíssimos e exigem resposta imediata do sistema de justiça e da rede de proteção”.

Situação dos internos

A instituição mantinha 35 pessoas internadas e cobrava mensalidades entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Desses:

  • 22 internos manifestaram vontade de sair e foram encaminhados à assistência social do município.
  • As equipes entraram em contato com familiares para organizar o retorno para casa.
  • Aqueles que optaram por permanecer de forma voluntária foram autorizados a ficar.

Detidos seguem para audiência de custódia

Os cinco funcionários detidos foram encaminhados ao presídio e passarão por audiência de custódia. A operação contou também com a participação das Vigilâncias Sanitárias municipal e regional, dos Conselhos Regionais de Medicina e Psicologia, da Assistência Social e das Polícias Civil e Militar.


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