Estudo revela dificuldade humana em reconhecer sinais de estresse em gatos

Reconhecer e respeitar os limites dos felinos é essencial para garantir relações mais seguras e harmoniosas.

Redação

Publicado em: 22 de novembro de 2025

5 min.
Estudo revela dificuldade humana em reconhecer sinais de estresse em gatos. - Foto: Divulgação

Estudo revela dificuldade humana em reconhecer sinais de estresse em gatos. - Foto: Divulgação

Um estudo publicado na revista Frontiers in Ethology mostrou que a maioria das pessoas tem dificuldade para identificar sinais de desconforto e estresse em gatos durante interações consideradas “brincadeiras”. A pesquisa analisou a capacidade de 368 participantes australianos em interpretar corretamente o comportamento felino, revelando falhas importantes que podem prejudicar o bem-estar dos animais.

O que diz a pesquisa

O estudo utilizou vídeos de interações entre pessoas e gatos. Em metade das cenas, os felinos estavam dispostos a brincar; na outra metade, apresentavam sinais negativos — alguns sutis, outros evidentes.

Os resultados mostram que:

  • Sinais negativos sutis, como tensão corporal ou evitar contato, foram identificados corretamente apenas em 48,7% dos casos, o equivalente ao acaso.
  • Mesmo diante de sinais claros de estresse, como sibilar, tentar fugir ou morder, 25% dos participantes classificaram essas interações como positivas.
  • Muitos participantes, mesmo reconhecendo o desconforto, escolheram continuar interagindo de forma inadequada, como acariciar ou tocar a barriga, o que aumenta o risco de agressões.

Por que isso importa

O estresse recorrente pode gerar problemas de saúde nos gatos, como inflamação da bexiga, além de comportamentos considerados problemáticos pelos tutores — agressividade, esconderijo constante ou xixi fora da caixa. Esses comportamentos, quando mal compreendidos, podem levar até à realocação ou eutanásia do animal.

Para os humanos, a desatenção aos sinais felinos pode resultar em arranhões e mordidas. Entre 30% e 50% das mordidas de gatos evoluem rapidamente para infecções graves, podendo causar complicações severas se não houver tratamento imediato.

Como identificar sinais de alerta no comportamento felino

Saber reconhecer o limite do gato é fundamental para evitar estresse e acidentes. Os sinais mais comuns incluem:

  • Virar-se ou esquivar-se de toques
  • Recuar ou encolher o corpo
  • Orelhas para trás ou para os lados
  • Bater a cauda
  • Lamber os lábios ou nariz
  • Postura tensa repentina
  • Dar patadas
  • Sinais evidentes, como sibilar e rosnar

Brincadeiras seguras: recomendações

O estudo reforça que a interação adequada depende da atenção aos sinais corporais:

1. Toque

  • Evite barriga, patas e base da cauda.
  • Prefira cabeça e pescoço.
  • Não use as mãos como brinquedos — isso incentiva mordidas.

2. Cauda

  • Movimentos amplos e rápidos podem indicar forte excitação ou estresse.
  • Avalie a cauda junto ao restante do corpo.

3. Orelhas

  • Orelhas relaxadas: o gato apenas percebe o ambiente.
  • Orelhas achatadas e para trás: sinal de angústia.

4. Vocalizações

  • Trinados indicam brincadeira.
  • Sibilos, rosnados e miados altos sugerem desconforto.
  • Ronronar nem sempre significa bem-estar — também pode ser autorregulação diante do estresse.

5. Respeito ao espaço

Se aparecerem sinais de alerta, o ideal é interromper a interação. Caso o gato retorne por conta própria, é um indicativo de que se sente mais confortável, mas a atenção deve continuar.

Tornar-se “fluente em gato”

Reconhecer e respeitar os limites dos felinos é essencial para garantir relações mais seguras e harmoniosas. O estudo reforça que, mesmo com a comunicação adaptada ao convívio humano, os gatos continuam enviando sinais claros — cabe ao tutor aprender a interpretá-los corretamente.


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