Beijo pode ter surgido há mais de 16 milhões de anos, apontam cientistas

Estudo revela que o beijo é muito mais antigo que os humanos e ocorre em diversas espécies.

Leticia Matos

Publicado em: 22 de novembro de 2025

4 min.
Beijo pode ter surgido há mais de 16 milhões de anos, apontam cientistas. - Foto: Divulgação

Beijo pode ter surgido há mais de 16 milhões de anos, apontam cientistas. - Foto: Divulgação

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford revela que o beijo, entendido como interação oral entre indivíduos da mesma espécie, é muito mais antigo do que a própria existência dos humanos. A prática pode ter surgido entre 16 e 21 milhões de anos atrás, segundo a análise de comportamentos animais e registros evolutivos.

A conclusão reforça que o beijo não é exclusivo da espécie humana. Ele está presente em diversos grupos do reino animal, incluindo primatas, insetos, aves, peixes e até mamíferos de regiões polares.

O que o estudo analisou

Os pesquisadores concentraram sua investigação principalmente em grandes primatas, como gorilas, orangotangos e babuínos. Entre os comportamentos observados estavam beijos entre mães e filhotes, além de interações sociais entre adultos.

A surpresa, segundo os cientistas, foi a amplitude da prática. Formigas realizam toques bucais, espécies de peixes fazem movimentos semelhantes ao beijo e aves, como albatrozes, demonstram comportamentos de proximidade que se enquadram na definição técnica adotada pelo estudo.

Como o beijo foi definido pela pesquisa

De acordo com reportagem do The New York Times, o grupo definiu o beijo como uma interação oral sem transferência de alimento e com movimento de lábios ou estruturas equivalentes. Essa definição permitiu ampliar a análise para espécies que não possuem lábios, mas executam gestos funcionais equivalentes.

O estudo também menciona a possibilidade de que neandertais beijassem humanos modernos, considerando evidências de compartilhamento de micróbios entre os dois grupos em períodos de convivência.

Por que o beijo ainda intriga a ciência

Apesar de ser comum e culturalmente significativo entre humanos, o beijo continua sendo um comportamento pouco compreendido do ponto de vista evolutivo.

Matilda Brindle, bióloga evolucionista e líder do trabalho, afirma que o gesto não apresenta benefícios claros relacionados à sobrevivência ou reprodução. A ausência de registros sistemáticos em campo também dificulta a compreensão completa do fenômeno.

Os cientistas avaliam que ampliar a documentação sobre o comportamento pode ajudar a identificar eventuais vantagens adaptativas ou funções sociais específicas que explicariam sua disseminação ao longo de milhões de anos.


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