Caminhadas de 15 minutos reduzem risco de morte, aponta estudo internacional

Os resultados são baseados na análise de 33.560 adultos do Reino Unido, com idades entre 40 e 79 anos, acompanhados por 9,5 anos

Eduardo Fogaça

Publicado em: 28 de novembro de 2025

5 min.
Caminhadas de 15 minutos reduzem risco de morte, aponta estudo internacional. Foto: Divulgação/Freepik

Caminhadas de 15 minutos reduzem risco de morte, aponta estudo internacional. Foto: Divulgação/Freepik

Caminhar faz bem à saúde, mas uma nova pesquisa indica que o modo como caminhamos pode fazer ainda mais diferença. Um estudo publicado nos Annals of Internal Medicine concluiu que caminhar em sessões contínuas de pelo menos 15 minutos reduz de forma significativa o risco de morte e de doenças cardiovasculares, em comparação a passos acumulados em pequenos blocos ao longo do dia.

Os resultados são baseados na análise de 33.560 adultos do Reino Unido, com idades entre 40 e 79 anos, acompanhados por 9,5 anos. Todos caminhavam menos de oito mil passos diários e utilizavam acelerômetros para registrar o padrão das caminhadas.


O que o estudo revelou

1. Sessões longas reduzem o risco de morte
Pessoas que realizavam caminhadas contínuas de 15 minutos ou mais apresentaram risco 83% menor de morrer em comparação às que caminhavam sempre em blocos de menos de cinco minutos.

2. Menos doenças cardiovasculares
O risco de infarto ou AVC caiu 68% entre os participantes que caminhavam por mais tempo de forma contínua.

3. Benefícios mesmo para sedentários
Os pesquisadores observaram vantagens mesmo para pessoas sedentárias que aumentaram a duração de cada caminhada sem necessariamente aumentar o total de passos diários.


Como o estudo foi conduzido

  • Participantes: 33.560 adultos, média de 62 anos, com rotinas sedentárias.
  • Critérios: excluídos indivíduos com câncer ou doenças cardiovasculares prévias.
  • Grupos: até 5 minutos; 5 a 10 minutos; 10 a 15 minutos; mais de 15 minutos por sessão de caminhada.
  • Período de acompanhamento: 9,5 anos.
  • Publicação: Annals of Internal Medicine (annals.org).

Os autores também realizaram análises complementares para evitar distorções. Mesmo ao excluir pessoas frágeis ou com saúde ruim, os resultados se mantiveram consistentes. Ajustes envolvendo ritmo da caminhada, ingestão calórica e biomarcadores não alteraram de forma significativa as associações encontradas.


O que dizem os especialistas

Emmanuel Stamatakis, diretor do Mackenzie Wearables Research Hub da Universidade de Sydney, destaca que a duração das caminhadas — e não apenas o total de passos — é crucial. Segundo ele, até pessoas muito inativas “podem maximizar os benefícios cardiovasculares tornando suas caminhadas mais longas, idealmente por pelo menos 10 a 15 minutos”.

Aiden Doherty, professor da Universidade de Oxford, reforça que o estudo é robusto, mas recomenda cautela e replicações em outros países. Enquanto isso, lembra que a orientação geral permanece: pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada.


Por que caminhadas mais longas fazem diferença?

Os pesquisadores ainda não afirmam causalidade, mas uma hipótese é que caminhadas contínuas elevam a frequência cardíaca por mais tempo, melhorando condicionamento e circulação. Pequenos blocos ao longo do dia também fazem bem, mas não mantêm o corpo ativo o suficiente para gerar efeitos fisiológicos tão consistentes.


Conclusão

O estudo reforça o que profissionais de saúde já alertam: mais importante do que apenas contar passos é caminhar de forma contínua por períodos um pouco mais longos. Sessões diárias de 10 a 15 minutos já podem oferecer benefícios significativos para a longevidade e a saúde cardiovascular.


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