Movimento ‘O Sul é meu País’ volta a ganhar força e começa a angariar assinaturas para ‘PEC da Liberdade’

Fundado em Laguna, em 1992, pelo historiador e político Adilcio Cadorin, a organização defende a separação dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do resto da federação

Eduardo Fogaça

Publicado em: 3 de dezembro de 2025

6 min.
Movimento 'O Sul é meu País' volta a ganhar força. Foto: Divulgação

Movimento 'O Sul é meu País' volta a ganhar força. Foto: Divulgação

O movimento ‘O Sul é meu País’ voltou a ganhar força na última semana após a realização de mais uma assembleia geral. Fundado em Laguna, em 1992, pelo historiador e político Adilcio Cadorin, a organização defende a separação dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná do resto da federação.

O atual presidente do movimento, Ivan Felaniuk, esteve presente no Notícias da Cidade desta terça-feira (3) e falou sobre o crescimento desse ideal de secessão.

O líder do movimentou apontou para a desordem na República Brasileira desde a sua formação. “A bagunça não é de agora, ela vem de muito tempo. Na verdade, o movimento é muito crítico ao sistema como ele se organiza desde o início da república brasileira. Nós não acreditamos que o Brasil possa ser sucesso com essa forma de organização”, afirmou

Quanto a questão de inconstitucionalidade do movimento, Felaniuk relembrou que o país teve, em média, uma constituição a cada 50 anos. “Constituições nós já tivemos a de 1822, 1890, 1934, 1937, 1946, 1967 e a de 1988. Constituição não é o problema porque esse país derruba e faz outra a cada 50 ou 60 anos.”

Ainda citando a questão legal do movimento, ele disparou contra o pacto federativo, que na sua opinião, escraviza os estados do Sul. “O sonho de liberdade de um povo não pode nunca estar ‘escudado’ na lei do adversário. Como eu posso estar baseado na lei de quem me escraviza? De quem me explora? O que nós temos é uma luta por autonomia e independência”, disse.

Atualmente o movimento está angariando assinaturas presenciais e online para levar à Brasília um projeto de emenda à Constituição que limita os poderes de Brasília e aumenta a independência dos estados. “A PEC da Liberdade significa na prática o enfraquecimento total da capital colonial chamada Brasilia. Nós queremos tirar o máximo os poderes de Brasília. Trocaremos até o nome de ‘presidente da república’ para ‘chanceler da república’. Em resumo, teria menos poder que o Presidente dos Estados Unidos e mais poder que o Rei da Inglaterra”, explicou.

Ivan Felaniuk destacou a divisão do Brasil entre os explorados e os dependentes e ainda atacou os políticos da região que defendem a manutenção do sistema como ele é. “O Brasil é dividido entre dois povos. Aqueles que o poder central faz questão de transformar em dependentes, obrigá-los a ser dependentes e massa de manobra, e aqueles que o governo quer explorar. Mas o inimigo não está na massa de manobra, o inimigo está no meio de nós. Esse é o pior, ele é um traidor, é aquele que é ligado ao sistema e ajuda a manter seu povo em um regime de escravidão. Ai nós temos quase todos os políticos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste nessa bolha”, afirmou.

Felaniuk disparou diretamente contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarando que o político seria um traidor do RS. “Eu vou dizer um sem o menor problema, o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, que ousa querer se candidatar a presidência da república e que não tem tamanho, hombridade ou capacidade pra isso. É um homem do sistema, traidor do povo gaúcho. Assim como todos os deputados federais do RS que pertencem ao PT e PCdoB”, disse.

Quanto o caminho para chegar até essa independência, o líder do movimento declarou que ainda é preciso tempo, que novas lideranças alinhadas ao grupo precisam ser alçadas ao poder para que deem sustentação ao projeto de secessão. “É preciso tempo, é preciso criar novas lideranças políticas, é preciso eleger pessoas ligadas ao movimento para você conseguir combater esse sistema. E o Sul É Meu País está sendo altruísta, está pensando em todos os “Brasis”, nós temos aliados em São Paulo, nós temos aliados no Nordeste, nós temos aliados na Amazônia, nós temos aliados até no Rio de Janeiro”, concluiu.

Confira a entrevista na íntegra:



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