Pessoas nascidas nos anos 60 e 70 vivem fase mais feliz após os 55 anos

Estudos apontam que o bem-estar emocional cresce após os 50 anos, e pessoas nascidas nos anos 60 e 70 relatam uma fase mais estável, plena e significativa.

Redação

Publicado em: 10 de dezembro de 2025

6 min.
Pessoas nascidas nos anos 60 e 70 vivem fase mais feliz após os 55 anos, apontam estudos. - Foto: Divulgação

Pessoas nascidas nos anos 60 e 70 vivem fase mais feliz após os 55 anos, apontam estudos. - Foto: Divulgação

A psicologia contemporânea tem ampliado a compreensão sobre o envelhecimento e derrubado a antiga ideia de que a terceira idade é marcada apenas por perdas. Estudos internacionais mostram que pessoas que nasceram entre as décadas de 1960 e 1970 tendem a experimentar um período de maior tranquilidade emocional, propósito e satisfação após os 55 anos. Esse fenômeno é explicado pela chamada curva da felicidade, modelo que demonstra que o bem-estar cresce conforme a idade avança, especialmente a partir dos 50 anos.

O que significa envelhecer com dignidade e bem-estar

Envelhecer com dignidade envolve manter autonomia, participar das decisões do cotidiano e ser tratado com respeito. A qualidade de vida não está apenas relacionada ao tempo vivido, mas à possibilidade de escolher como viver esse tempo, preservando valores, identidade e espaço de participação.

Entre os fatores que reforçam esse sentimento estão:

  • Decidir sobre a própria rotina e atividades.
  • Participar de conversas e decisões familiares relevantes.
  • Ser ouvido em questões de saúde e tratamento.
  • Manter privacidade e espaços de intimidade.

Esses elementos reduzem a sensação de invisibilidade social e fortalecem a autoestima na maturidade.

A curva da felicidade: por que o bem-estar aumenta depois dos 50

Pesquisas que analisaram indicadores de bem-estar em 132 países identificaram um padrão em formato de U: a satisfação tende a diminuir durante a meia-idade e voltar a subir com força entre os 50 e 70 anos. Segundo os dados, o ponto de menor satisfação ocorre, em média, aos 47 anos. A partir daí, o bem-estar cresce de forma consistente.

Entre as razões para essa tendência estão:

  • Maturidade emocional: problemas passam a ser relativizados e resolvidos com mais serenidade.
  • Presença no presente: expectativas externas perdem força e aumenta o foco no cotidiano.
  • Melhor manejo do estresse: conflitos deixam de ser percebidos como ameaças.
  • Aceitação das mudanças: limitações naturais da idade são compreendidas e incorporadas à rotina.

Felicidade na velhice: o que mostram psicologia e neurociência

Especialistas destacam que, com o tempo, o cérebro tende a priorizar estímulos positivos e relações que oferecem apoio. Assim, interações consideradas pouco relevantes perdem espaço, o que favorece maior equilíbrio emocional.

Além disso, muitos indivíduos entre 60 e 70 anos assumem novos papéis sociais que reforçam o sentimento de utilidade e pertencimento, como:

  • Papel de mentor para gerações mais jovens.
  • Participação em atividades comunitárias.
  • Dedicação a hobbies e práticas culturais.
  • Envolvimento com esportes adaptados ou novos aprendizados.

Essa transição — da competição para a contribuição — costuma renovar o propósito e fortalecer vínculos sociais.

O que mantém a felicidade depois dos 55 anos

A curva da felicidade não depende apenas de fatores internos. O ambiente, as relações e as oportunidades sociais influenciam diretamente o bem-estar nessa fase da vida.

Entre os elementos que mais contribuem estão:

  • Rede de apoio estável: convivência com familiares e amigos que acolhem e respeitam.
  • Autonomia funcional: capacidade de realizar atividades e tomar decisões diárias.
  • Atividades com sentido: ocupações que promovem propósito, mesmo sem vínculo profissional.
  • Cuidado com a saúde: acompanhamento médico, alimentação equilibrada e prática de movimento adaptado.
  • Reconhecimento social: valorização da experiência acumulada e combate a estigmas relacionados à idade.

Para quem ultrapassa os 55 anos em 2025, o envelhecimento se apresenta como oportunidade de viver com mais calma, autenticidade e coerência com a própria história. A longevidade ativa e digna é, cada vez mais, uma realidade construída com autonomia, apoio social e busca por bem-estar.

Fonte: Blanchflower, D. G.; Oswald, A. J. The U-shape in age and happiness revisited: A multi-country analysis using data from 132 countries.


FIQUE BEM INFORMADO:
Fique por dentro do que acontece em Santa Catarina!
Entre agora no nosso canal no WhatsApp e receba as principais notícias direto no seu celular.
Clique aqui e acompanhe.



× SCTODODIA Rádios