Uma mancha de espuma marrom voltou a aparecer na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, nesta quinta-feira (11), reacendendo o alerta ambiental em um dos principais cartões-postais da Capital. O fenômeno ocorre cerca de dois meses após um episódio semelhante, provocado pela proliferação de microalgas na região.
Ainda na quinta-feira, equipes da Prefeitura de Florianópolis estiveram no local para iniciar a limpeza da área afetada. No entanto, mesmo com a ação do município, na manhã desta sexta-feira (12) a mancha ainda era visível em diferentes pontos da lagoa.
Prefeitura atribui fenômeno à ação dos ventos
Em nota oficial, a prefeitura informou que o reaparecimento da espuma está relacionado ao revolvimento da água provocado pelos ventos registrados nos últimos dias. Segundo o município, esse movimento suspendeu materiais já presentes no fundo da lagoa, fazendo com que eles se deslocassem e se acumulassem novamente na superfície.
O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) realizou a coleta de amostras para análise da substância, com o objetivo de confirmar a origem do material e avaliar possíveis riscos ambientais.
Lagoa da Conceição: importância e fragilidade ambiental
Apesar do nome, a Lagoa da Conceição é um distrito de Florianópolis que abriga uma laguna de água salgada, separada do oceano por uma faixa de terra. A região é um dos destinos turísticos mais visitados da cidade, além de ser fonte de renda para pescadores e trabalhadores do setor de turismo.
Ao mesmo tempo, a lagoa carrega um histórico de problemas ambientais que preocupa moradores, pesquisadores e autoridades.
Histórico recente de contaminação preocupa especialistas
A Lagoa da Conceição tem enfrentado episódios recorrentes de degradação ambiental. Em outubro, uma extensa mancha de espuma cobriu a área conhecida como Lagoa de Baixo. Na ocasião, a prefeitura afirmou que o fenômeno era natural e causado por microalgas, informação confirmada por análises do IMA em parceria com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
No entanto, estudos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apontaram que o episódio envolvia algas potencialmente nocivas, associadas a ambientes com presença de poluição. Segundo a universidade, essas algas podem ter origem marinha ou resultar da ressuspensão de sedimentos do fundo, como areia e lama.
Vazamento de esgoto e presença de drogas na água
O cenário se agravou no dia 21 de outubro, quando moradores flagraram um vazamento de esgoto em um córrego que deságua na lagoa. O incidente ocorreu durante uma manobra de interligação da rede de esgoto da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), envolvendo a tubulação da antiga ponte e a nova estrutura já inaugurada.
Mais recentemente, em fevereiro de 2025, a UFSC divulgou uma pesquisa indicando que a água da Lagoa da Conceição apresenta concentração de cocaína entre as mais altas já registradas no mundo. Além da droga, o estudo identificou cafeína, antibióticos, analgésicos e outros 35 chamados “contaminantes emergentes”, substâncias comuns em produtos de uso diário, como cosméticos e itens de higiene pessoal.
Monitoramento segue em andamento
O reaparecimento da espuma reforça a necessidade de monitoramento constante e de ações estruturais para a recuperação ambiental da lagoa. O resultado das análises do IMA deve indicar se o fenômeno atual representa risco à saúde pública ou ao ecossistema local.
Enquanto isso, moradores e visitantes seguem atentos à situação em um dos espaços naturais mais simbólicos de Florianópolis.
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