O rádio segue provando que atravessa gerações e fronteiras. No interior do Amapá, a Escola Estadual Amaro Brasilino de Farias Filho encontrou no rádio uma poderosa ferramenta pedagógica para aproximar os alunos do uso consciente das mídias digitais. A iniciativa, batizada de “A Voz da Nossa Escola”, nasceu na disciplina de Artes e tem à frente a professora Natália Costa, que transformou inspiração em prática educativa.
O projeto surgiu em agosto, a partir de uma necessidade concreta vivida pela escola: desde o início do ano letivo, a instituição passou a adotar a Lei Federal que proíbe o uso de celulares fora do contexto pedagógico em sala de aula. Diante desse cenário, a equipe buscou alternativas para trabalhar educação midiática de forma responsável, crítica e atrativa para os estudantes.
Inspiração que veio do rádio catarinense
A ideia ganhou forma a partir de um vídeo da Rádio Mix Criciúma 91.1 FM, emissora que integra o Grupo SCTODODIA de Comunicação. No conteúdo, os radialistas apresentavam o quadro “Dando Nota”, formato leve e interativo que chamou a atenção da professora Natália.
“Eu achei aquela forma de comunicar com o ouvinte muito interessante. Era dinâmica, próxima e provocava participação. Isso me fez pensar em como levar algo parecido para dentro da sala de aula”, relata a professora.
A partir dessa referência, a escola passou a unir dois pilares: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a linguagem prática do rádio, criando uma fusão entre educação formal e comunicação contemporânea.
Comunicação ativa e protagonismo juvenil
Localizada em uma região de fronteira, próxima à Guiana Francesa, a Escola Amaro Brasilino de Farias Filho convive com diferentes influências culturais e sociais. O projeto de rádio escolar surge justamente como uma forma de valorizar esse contexto, estimulando os alunos a se expressarem, pesquisarem e produzirem conteúdo com responsabilidade.
“O nosso objetivo não é apenas integrar os alunos às mídias sociais, mas capacitá-los. Ensinar como usar essas plataformas de forma consciente, ética e produtiva”, destaca Natália.
A escola atende estudantes de 11 a 15 anos no ensino regular, além de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com o rádio, os participantes desenvolvem habilidades de comunicação oral, escrita, pesquisa, produção de conteúdo e compreensão das tendências digitais, sempre com foco no protagonismo juvenil.
Rádio como ferramenta educacional
Apesar de já existir uma rádio escolar na instituição, o espaço estava desativado há anos. Com o novo projeto, a expectativa é retomar oficialmente as atividades em 2026, envolvendo toda a comunidade escolar.
Para os orientadores pedagógicos, o rádio é um instrumento atual e relevante. “Antes de toda essa tecnologia que temos hoje, era pelo rádio que a informação chegava a lugares distantes. Na educação, ele contribui muito, inclusive para alunos com necessidades especiais, trabalhando oralidade, construção de texto e a forma de se expressar”, avaliam.
Conexão que atravessa distâncias
Ainda em fase inicial, o projeto é tratado com orgulho pela escola e visto como uma semente que deve ganhar força nos próximos anos. “Ele nasceu, está em incubação, mas em 2026 queremos que seja, de fato e de direito, um projeto da escola como um todo”, afirma a professora.
Do Amapá a Santa Catarina, a experiência mostra que o rádio segue cumprindo sua missão essencial: conectar pessoas, ideias e propósitos. Mesmo a quilômetros de distância, a inspiração vinda da Rádio Mix Criciúma ajudou a dar voz a alunos que agora aprendem, na prática, que comunicar também é educar.
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