Justiça
Presídio de Criciúma inicia tratamento para viciados
Unesc e MPSC lançam projeto no Presídio de Criciúma para tratar dependência química de apenados, começando nas próximas semanas
Na última quinta-feira (25), o curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) apresentou um novo fluxo de tratamento para usuários de drogas no Presídio Regional de Criciúma. O projeto, uma iniciativa do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) em colaboração com a universidade e o setor de psicologia do presídio, visa oferecer suporte a apenados próximos de alcançar a progressão ao regime aberto e o livramento condicional.
A psicóloga Larissa de Abreu Queiroz, professora da Unesc e doutora em Saúde Coletiva, detalhou o projeto. As ações terão início em 15 dias e consistirão em sessões semanais de terapia em grupos de 6 a 8 apenados, conduzidas por alunos da 7ª fase do curso de Psicologia, que estagiarão 105 horas na unidade prisional. Os encontros focarão na psicoeducação, conscientização sobre os malefícios das substâncias e desenvolvimento da identidade dos participantes.
“Nesses grupos, iremos trabalhar a psicoeducação, abordando os malefícios das drogas e ajudando os apenados a repensar seus projetos de vida. A ideia é que eles desenvolvam novos planos e motivações, o que pode reduzir a reincidência criminal e o retorno ao uso de drogas”, explicou a professora Larissa.
O Promotor de Justiça Jadson Javel Teixeira, idealizador do projeto, destacou a importância da iniciativa. “Observamos que a dependência química, especialmente em relação ao crack, está no cerne dos crimes cometidos. O projeto busca tratar a causa da criminalidade, não apenas o crime em si. A Unesc foi fundamental para a implementação desta ideia, e com o apoio de outros parceiros, estamos prontos para avançar”, afirmou o promotor.
O diretor do Presídio Regional de Criciúma, Fabio de Abreu Sousa, reforçou a importância do projeto para a reabilitação dos internos. “Tratamentos adequados são cruciais para a recuperação dos dependentes químicos e para a melhoria das condições de segurança e saúde pública. A reabilitação pode reduzir a reincidência criminal e auxiliar os internos a retornarem à sociedade de maneira saudável”, destacou Sousa.
O projeto será apoiado pelo corpo técnico de psicólogos e assistentes sociais do presídio, que conhecem bem a realidade dos dependentes químicos encarcerados. “Estamos comprometidos em colaborar plenamente para a execução do programa e esperamos que ele traga resultados positivos tanto para os internos quanto para a comunidade”, concluiu o diretor.
Fotos: Divulgação/Unesc
Fonte: MPSC