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Busca por empréstimo com antecipação do FGTS cresce para pagamento de contas do cotidiano

Economia

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Busca por empréstimo com antecipação do FGTS cresce para pagamento de contas do cotidiano

O valor do saque anual nessa modalidade é determinado pela aplicação de uma alíquota de até 50% do saldo da conta do FGTS do trabalhador

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De acordo com o Mapa Serasa Crédito, levantamento mensal que estuda o cenário de crédito no Brasil, o mês de junho registrou um aumento na busca por empréstimos com antecipação do FGTS para pagamento dívidas de contas do dia a dia — entre elas, consideram-se compras de mantimentos no supermercado e medicamentos em farmácias. A finalidade para essa modalidade de crédito alcançou 27%, revelando crescimento significativo de 7 pontos percentuais nos últimos 30 dias.

Na sequência, o levantamento também revelou que a antecipação do FGTS deve ser utilizada para despesas diárias da mesma categoria (23%) e para arcar com contas básicas de água, luz, gás natural e telefonia (21%).

Como funciona

O empréstimo com antecipação FGTS é uma linha de crédito para quem tem dinheiro no Fundo de Garantia e aderiu ao Saque-Aniversário. Nesse tipo de contração, é possível antecipar até 10 parcelas do saldo liberado pelo governo no mês de aniversário e usá-lo como quiser.

Segundo o Mapa de junho, 58% dos brasileiros que simularam crédito nesta modalidade buscam um valor de até R$500 — faixa que registrou aumento expressivo de 10 pontos percentuais em relação a maio.

“Essa é uma opção considerada mais prática, já que o dinheiro cai rapidamente na conta e, geralmente, é possível realizar o empréstimo mesmo com negativações”, avalia Lucas Barleta, especialista da Serasa. “Além disso, a taxa de juros tende a ser mais baixa que de outras modalidades de crédito e pode ser uma saída para evitar cortes nas contas essenciais para manutenção do lar, como alimentos e energia”.

O especialista reforça, ainda, cuidados para que o consumidor possa avaliar as possibilidades antes de tomar crédito e utilizar o empréstimo como um aliado. “A antecipação do FGTS é uma oportunidade para solução pontual, mas estabelecer um planejamento financeiro é fundamental a longo prazo. Ao realizar um raio-x do orçamento familiar, pode-se entender mais a fundo quais são as causas das dívidas e as despesas que precisam ser priorizadas. Atrelado à educação financeira, o crédito pode ser uma ferramenta importante para transformação e melhoria da saúde financeira do brasileiro”, afirma Barleta.

Origem

O saque aniversário foi criado no começo do governo Bolsonaro como uma ferramenta de aumento do consumo. O trabalhador que aderir à modalidade pode no mês de seu aniversário sacar parte do seu saldo de FGTS. Caso o trabalhador seja demitido, poderá sacar apenas o valor referente à multa rescisória e não poderá sacar o valor integral da conta. A adesão ao Saque-Aniversário é opcional. Quem não optar pela adesão permanece na sistemática padrão, que é o Saque-Rescisão.

O valor do saque anual nessa modalidade é determinado pela aplicação de uma alíquota, que varia de 5% a 50% sobre a soma de todos os saldos das contas do FGTS do trabalhador. Assim quem tem R$500,00 de saldo pode sacar até 50%, ou R$250,00. Quem tem entre R$5 mil e R$10 mil pode sacar, todo ano, 20%, ou R$650. Finalmente quem tem saldo acima de 20 mil só pode sacar 5% ou R$2.900,00.

Novo recebível

O problema é que o banco transformou essa possibilidade num recebível e passaram a oferecer o valor do saque de até 12 anos que serão pagos anualmente. O balanço de 2023 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que registra um lucro de R$ 23,4 bilhões, o maior da história do fundo, segundo a Caixa Econômica Federal expõe também um dado assustador no meio da informação da distribuição dessa lucro com os trabalhadores:

A liberação de recursos do fundo para o saque-aniversário chegou a 26,79% dos recursos liberados quando o dinheiro liberado para a habitação foi de 16,26% dos R$142,3 bilhões em saques para os trabalhadores.

Na boca do caixa do FGTS, isso significou que R$38,12 bilhões que deixaram de financiar a habitação para irem para o consumo, embora parte deles possa até ter ido para compra de material de construção para quem já tem uma habitação própria.

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