Morador de Garopaba e com cerca de 15 anos de experiência no surf, Ruan Fidencio, de 27 anos, e seu amigo Aleff Eduardo, de 28 anos, chegavam de caminhonete na beira da Praia do Ouvidor para ver como estavam as ondas, na tarde desse sábado, por volta das 14h30, quando visualizaram duas crianças se batendo dentro do canal, imediatamente, os surfistas tiraram suas pranchas do veículo e desceram.
“Entramos (no mar) com roupa, com óculos, com tudo”, relatou Fidencio. “Eu consegui chegar em um dos meninos e o outro estava há 1m, 1,5m longe se debatendo, mas a minha prancha era muito pequena e o canal estava levando eles. Só consegui tirar um e o outro estava afundando, não deu para colocar os dois na prancha, só deu para colocar um ali em cima”, contou.
Irmão mais velho da outra vítima, o menino resgatado pedia para ficar no mar, pois queria tentar salvar o menor. “A todo tempo ele pedia para ficar, pois queria salvar o pequenininho. Foram frações de segundo, muito rápido”, disse o surfista.
O familiar das vítimas chegou em seguida e tentou ir para o mar, mas os surfistas impediram, pois seria possivelmente mais uma vítima. “Foi horrível, uma cena horrível, ter que escolher entre duas vidas para salvar”, lamenta Fidencio.
Eduardo foi em busca da segunda vítima, mas o mar revolto impediu que conseguisse se aproximar a tempo.
“Tomara que Deus conforte os corações dos familiares”, expressa. A família de Balneário Piçarras, com pais e três filhos veio para passar o dia na praia.
Pouca sinalização de alerta e falta de guarda-vidas no local
De acordo com informações de populares nas redes sociais e pelo próprio relato dos surfistas, a Praia do Ouvidor não conta com placas de alerta sobre os perigos do mar e os guarda-vidas atuam apenas durante a temporada de verão, apesar do movimento turístico no local seguir ao longo do ano.