Criciúma
Deputado pede esclarecimentos sobre morte de policial militar em Criciúma
Ivan Naatz (PL) convidou os comandantes geral da PM e do 9º batalhão para comparecer em reunião da Comissão de Segurança Pública
O comando da Polícia Militar será chamado à Comissão de Segurança Pública, na Assembleia Legislativa, para prestar esclarecimentos sobre a morte do 3º sargento Davi Appel, de Criciúma. No último dia 3, ele fazia a ronda comunitária no bairro Comerciário, quando foi assassinado por um homem de 45 anos, que reagiu a uma abordagem. O criminoso o agrediu pela janela da viatura, retirou a sua arma e alvejou o policial, que morreu no local. Toda a cena foi captada por câmeras de vigilância do bairro.
Agora, o deputado estadual Ivan Naatz (PL), autor do Requerimento, quer ouvir do comandante geral da PM em Santa Catarina, coronel Aurélio José Pelozato, e do comandante do 9º Batalhão, de Criciúma, tenente-coronel, Mário Luiz Silva, quais as circunstâncias que culminaram com essa morte. O deputado quer saber, por exemplo, se está faltando treinamento aos policiais, se eles estão com problemas psicológicos ou com medo de reagir.
“Nós temos que compreender como é que um policial militar, um sargento treinado, experiente, permite que se retire uma arma dele e alveje contra ele mesmo. Claro, lamentamos o ocorrido, isso é muito triste, mas o que de fato aconteceu, que se permitiu que um meliante, um drogado, pudesse tirar a arma de um policial militar e alvejar ele com essa própria arma?”, afirmou Naatz, em entrevista à Rádio Cidade em Dia.
O parlamentar frisou que a PM catarinense é reconhecida pela sociedade, mas disse não ser possível permitir que haja medo de reagir a uma cena de violência. Por isso, ele indaga se há algum problema interno que esteja prejudicando a atuação policial no estado. “É pressão psicológica? É falta de treinamento? É excesso de jornada? Por que ele estava sozinho na viatura, quando é recomendado sempre que trabalhem em dois? Nós temos muitos questionamentos para fazer”, revelou.
Confira abaixo a íntegra da entrevista:
Uma das dúvidas do parlamentar, o fato de o policial estar sozinho na viatura, foi respondida pelo tenente coronel Mário Luiz Silva em recente entrevista à Rádio Cidade em Dia. O comandante disse que a maioria dos policiais trabalha em dupla, mas que há casos do trabalho solo, que são os envolvidos na patrulha comunitária. Era o caso naquele episódio. “Nós temos na área central, no Comerciário e em várias áreas comerciais e residenciais da cidade, em que o policial atua procurando estreitar laços com a comunidade, receber as demandas. O objetivo desse policiamento, que chamamos de policiamento comunitário, é que a comunidade tenha uma facilidade de tratar com a Polícia Militar e levar as suas demandas”, justificou.
A Comissão de Segurança Pública, por não ser uma CPI, não tem poder de convocação. Por isso, os dois comandantes foram apenas convidados a participar da reunião, que deve ocorrer apenas em novembro, após o calendário especial da Assembleia Legislativa.