De Bisturi a votos: médicos de Criciúma equilibram política e medicina

O Dia do Médico, comemorado hoje (18), traz a deixa da rotina de dois profissionais de Criciúma que, além de cuidar da saúde dos pacientes, estão envolvidos na política local.

Irani Alberton e Anibal Dario têm em comum mais do que a vocação pela medicina: ambos já disputaram cargos políticos na cidade, motivados pela vontade de melhorar a qualidade de vida da população.

Irani, cirurgião e professor da Unesc, já foi secretário de saúde em Lauro Müller e recentemente disputou a vice-prefeitura de Criciúma. Ele acredita que a prática médica e a política estão conectada.

“O médico e o político lidam com muitas pessoas e, sem querer, o bom trabalho na medicina acaba gerando reconhecimento no campo político. Conhecer as necessidades da saúde me faz querer ir além do consultório e usar a política para transformar outras áreas, como a educação”, define;

Anibal Dario, médico da rede pública e também professor, conta que enfrentou as dificuldades do sistema público de saúde e se lançou como candidato a prefeito pelo MDB.

“Trabalhar na rede pública traz sentimentos conflitantes. Há frustração pelas condições precárias, mas também uma sensação de entrega ao conseguir aliviar o sofrimento em situações adversas. Isso motiva o envolvimento na política, pois quem vivencia os problemas da saúde tem conhecimento e motivação para buscar mudanças”, ressalta.

Irani Alberton disputou o cargo de vice-prefeito ao lado de Júlio Kaminski pelo PP. Juntos, receberam 1.819 votos, ficando fora da disputa principal.

Anibal Dario também não teve sucesso nas urnas, com o partido, MDB, alcançando 2.876 votos. Ele acrescenta a dificuldade de conciliar as duas áreas: “Conciliar medicina e política é como andar numa corda bamba. A medicina exige tempo e dedicação, e a política te expõe constantemente. Mas o contato com os problemas da saúde pública nos motiva a buscar mudanças políticas”, pontua.