Eleitos de direita e esquerda se unem em Brasília por Criciúma

O prefeito eleito de Criciúma, Vaguinho Espíndola (PSD), estará com a vereadora Giovana Mondardo (PCdoB) – parlamentar de oposição e crítica frequente da gestão de Clésio Salvaro – em uma comitiva com outros vereadores em Brasília. Com a missão de dialogar junto aos ministérios federais, a “aliança” improvável marca uma aposta de Vaguinho em estratégias mais pragmáticas do que ideológicas para atrair recursos.

Na prática, o convite a Giovana Mondardo, cuja atuação foi marcada por confrontos com Salvaro, indica um reposicionamento político: embora Vaguinho seja associado ao bolsonarismo, ele aparenta estar disposto a cooperar com lideranças de esquerda para fortalecer a ponte com o governo federal.

O movimento também reflete a pressão por captar recursos para projetos locais, como o Canal Auxiliar e o centro de treinamentos para as Meninas Carvoeiras — iniciativas que serão pautadas na Capital.

Giovana, por outro lado, recebeu o convite como uma oportunidade de provar que suas críticas à administração de Salvaro não eram meramente ideológicas, mas fundamentadas em questões de interesse público.

Vamos lembrar que a oposição da vereadora do PCdoB não passou despercebida. Entre as várias situações que marcaram este embate, em uma delas a legisladora denunciou Salvaro ao Ministério Público por declarações homofóbicas após o prefeito demitir um professor municipal por exibir um videoclipe com temática LGBTQIA+ em sala de aula. Giovana chegou a mobilizar manifestações.

Isso sem falar na sequência de vetos de Salvaro aos projetos de lei da vereadora, que tratavam de temas como igualdade de gênero e transparência. A postura inflexível de Salvaro em relação às propostas de Giovana não apenas ampliou a distância entre ambos, mas também consolidou a imagem dela como a “oposição incansável” na Câmara, especialmente em pautas que visavam beneficiar minorias e combater a discriminação​.

A presença de Mondardo na comitiva de Vaguinho sugere, portanto, um alinhamento sutil, mas revelador. Ao reconhecer que, para governar com eficiência, talvez precise abrir mão de algumas diferenças partidárias, Vaguinho também assume o risco de desagradar uma parte de sua base, fortemente alinhada ao bolsonarismo.

Bem, para Criciúma, esse momento pode sinalizar um experimento onde a colaboração entre lados opostos se torna uma ferramenta política útil — uma abordagem que será testada no calor das pressões e expectativas locais nos próximos meses​…