Política
Salvaro abre o jogo sobre período na prisão: ‘os dias mais difíceis da minha vida’
Prefeito de Criciúma concede primeira entrevista em emissora após revogação de cautelares
O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, decidiu abrir o jogo sobre o período em que passou na prisão. Salvaro foi preso em 3 de setembro, em operação que investiga serviços funerários na cidade, e solto no dia 26 do mesmo mês. Nesta quinta-feira (31), teve suas medidas cautelares revogadas pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e está prestes a reassumir a Prefeitura de Criciúma.
Em entrevista à Rádio Cidade em Dia na manhã desta sexta-feira (01), a primeira em uma emissora desde que deixou o sistema prisional, ele descreveu o que se passou nesse meio tempo – as atividades que fez, o que pensou e, até mesmo, as amizades que construiu.
“Aquele foi um momento de reflexão, de alguém que estava passando por um momento de provação. Foram os 24 dias mais difíceis da minha vida e dos meus familiares. Agradeço a corajosa e destemida Adriana [sua esposa], meus filhos e as pessoas que formavam correntes de oração pedindo pelo meu bem. Foi um momento que me aproximei mais de Deus. Mas a vontade e o trabalho continua, até mesmo, maior”, declarou.
Livros e palavras-cruzadas
No período em que esteve preso, Salvaro disse ter se aproximado muito da leitura. O prefeito de Criciúma afirma que sempre gostou de ler, sobretudo sobre grandes nomes da ciência – como Isaac Newton, Albert Einstein e Nikola Tesla. No entanto, o ambiente da prisão fazia com que ele não conseguisse se concentrar nesse tipo de literatura.
Por fim, acabou se dedicando a fazer palavras-cruzadas. Ele recebeu diversos exemplares de Napoleão Bernardes, deputado estadual e amigo particular. Nesse momento, Salvaro disse que foi surpreendido com uma mensagem do acaso.
“Na primeira palavra-cruzada que eu fui fazer, na página 5, veio a pergunta: quem era o autor do livro ‘Eu Decidi Viver’. Era a Susana Naspolini [jornalista criciumense, consagrada no Rio de Janeiro, que faleceu em 2023]. A Suzana veio me visitar no presídio. Tanto que arranquei aquela pagina e mandei para a dona Maria Dal Farra [mãe de Susana]”, comentou.
Clésio também afirma que manteve um diário onde escreveu suas memórias do primeiro dia da prisão até o dia da sua liberdade. Ele teria escrito todos os dias, sem pular um sequer.
“É um diário que retrata a vida de um prisioneiro, de um preso. Mas de um preso, que é o que me dava conforto e tranquilizava, com o sentimento de que não cometeu crime nenhum. Isso certamente será esclarecido. É o que aconteceu”, pontuou.
As visitas que Clésio Salvaro recebeu na prisão
De acordo com o prefeito, foram mais de 60 visitas no período em que esteve preso. Entre eles, nomes da política: Rodrigo Minotto e Napoleão Bernardes [deputados estaduais], Luiz Fernando Vampiro [deputado federal], Luzia Coppi [ex-prefeita de Camboriú], familiares e advogados.
Denúncia nos Direitos Humanos da Alesc
O prefeito também afirmou que teria passado por situações, enquanto esteve preso em Criciúma, que serão levadas à Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).