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China: a resistência das casas-prego em meio ao urbano

Imóveis
Casas-prego na China
Foto: Zaichina

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China: a resistência das casas-prego em meio ao urbano

Casas-prego na China: histórias de resistência contra a urbanização forçada, simbolizando a luta entre progresso e raízes pessoais

As “casas-prego” ou dingzihu, em mandarim, tornaram-se ícones de resistência na China diante da intensa especulação imobiliária do início dos anos 2000. Esses imóveis, cujos proprietários recusaram ofertas para desocupação e demolição, revelam as tensões entre o rápido progresso urbano e o apego às raízes e histórias pessoais.

O Fenômeno das casas-prego

De acordo com a Revista Casa & Jardim, o termo “casa-prego” é uma metáfora para a tenacidade dos proprietários, que, assim como um prego bem fixado, resistem às pressões de construtoras e autoridades. Essa resistência surge, em muitos casos, devido à insuficiência das indenizações oferecidas ou por motivos emocionais ligados às moradias.

Essas construções, frequentemente isoladas entre rodovias, arranha-céus e shoppings, são consequência do rápido processo de urbanização chinês. Dados da BBC projetam que, em 2030, 70% da população chinesa viverá em áreas urbanas, totalizando mais de 1 bilhão de pessoas. Esse crescimento massivo gera disputas territoriais, transformando casas e prédios em símbolos de luta contra o “progresso” desenfreado.

Histórias de resistência

1. A Casa Mais Solitária da China (Xangai)
Uma residência de três andares resistiu por 14 anos em Xangai. A partir de 2003, a família Xu recusou a indenização para demolir a casa e permitir a ampliação de uma avenida. O imóvel permaneceu intacto, cercado pela nova via. Somente em 2017, o proprietário de 87 anos cedeu à pressão, marcando o fim de um capítulo histórico da resistência ao urbanismo forçado.

2. O Caso de Chongqing
Wu Ping e Yang Wu protagonizaram uma batalha de três anos para proteger sua casa de 219 m², a última remanescente de um conjunto de 280 residências demolidas para construir um centro comercial. Isolada no topo de uma elevação de 17 metros, a casa se tornou um marco. Em 2007, o casal aceitou um apartamento na cidade, encerrando a disputa.

3. A Residência na Rodovia (Xangai)
Luo Baogen e sua esposa adquiriram sua casa em 2001, mas se recusaram a vendê-la quando o governo ofereceu apenas metade do valor pago originalmente. Cercada por uma rodovia, a casa permaneceu intacta até 2012, quando o casal aceitou uma compensação e um novo terreno.

Fonte: Revista Casa & Jardim

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