Planeta ODS
Legado Brasileiro no G20: um olhar estratégico sobre os ODS e a Agenda 2030
O G20, que reuniu as maiores economias do mundo, representa cerca de 85% do PIB global, 75% do comércio internacional e dois terços da população mundial. Sob a presidência brasileira, o foco foi direcionado a soluções práticas para questões como a erradicação da pobreza, a transição energética justa e a valorização do capital humano.
Por Gisele Victor Batista
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O Brasil encerrou sua presidência do G20 com uma contribuição marcante para a promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030. Em um momento crítico para o futuro global, o país apresentou cinco pilares orientadores que demonstram a interconexão entre desenvolvimento econômico, inclusão social e sustentabilidade ambiental, oferecendo uma visão estratégica para superar os desafios globais.
Legado Brasileiro – Princípios Orientadores do G20
Promover o crescimento inclusivo e combater a fome, a pobreza e as desigualdades:
O primeiro pilar estabelece a prioridade de promover um crescimento inclusivo, diretamente alinhado aos ODS 1 (Erradicação da Pobreza), ODS 2 (Fome Zero) e ODS 10 (Redução das Desigualdades). A erradicação da fome e a redução das desigualdades sociais são objetivos urgentes, especialmente após os impactos socioeconômicos globais agravados pela pandemia e pelas mudanças climáticas.
Iniciativas voltadas para proteção social, segurança alimentar, criação de políticas que promovam a proteção social universal, a inclusão de grupos marginalizados e a criação de empregos decentes foram destacadas como medidas essenciais. Ainda, é preciso incentivos para a agricultura sustentável e o fortalecimento de cadeias de suprimentos alimentares resilientes, gerando maior equidade no acesso a serviços básicos, como saúde e educação.
Acelerar uma transição justa para emissões líquidas zero:
O segundo pilar, relacionado ao ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima), reflete a necessidade de uma transição energética justa e sustentável. A meta de emissões líquidas zero requer um esforço conjunto, equilibrando compromissos climáticos com apoio financeiro e tecnológico para países em desenvolvimento.
A presidência brasileira enfatizou a importância da justiça climática, destacando que a transição para energias renováveis deve ser inclusiva e equitativa. Isso inclui incentivos à adoção de tecnologias solares, eólicas e de biomassa, o apoio financeiro para países em desenvolvimento que enfrentam barreiras econômicas na transição para energias limpas e mais investimentos em infraestrutura para mitigar os impactos de eventos climáticos extremos.
Aumentar a produtividade por meio da inovação:
O terceiro pilar conecta-se ao ODS 9 (Indústria, Inovação e Infraestrutura), promovendo o papel da tecnologia como catalisador para o crescimento sustentável. A modernização de indústrias, a digitalização de processos e o desenvolvimento de infraestrutura verde foram apontados como fundamentais para a competitividade econômica e a sustentabilidade ambiental.
Para tanto, é preciso maior estímulo à pesquisa e desenvolvimento de soluções inovadoras para eficiência energética e redução de resíduos, planejamento de sistemas de transporte e edificações que minimizem as emissões de carbono e incentivos, especialmente fiscais, para a modernização industrial com práticas sustentáveis.
Reforçar a resiliência das cadeias globais de valor:
O quarto se relaciona ao ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), destacando a necessidade de cadeias de suprimentos mais resilientes e sustentáveis que minimizem o impacto ambiental e melhorem a eficiência econômica. O fortalecimento das cadeias globais de valor requer a promoção de práticas responsáveis na produção e distribuição, reduzindo desperdícios e otimizando recursos, e o uso de tecnologias para reduzir emissões no transporte e armazenamento de mercadorias. Ainda, para mitigar impactos ambientais, o G20 propôs práticas de logística verde, redução de resíduos e transição para uma economia circular. Essas medidas são consideradas cruciais para garantir que os fluxos globais de comércio sejam resilientes a longo prazo, contribuindo para cadeias de produção mais justas e eficientes.
Valorizar o capital humano:
Por fim, o quinto pilar reflete os ODS 4 (Educação de Qualidade) e ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico). Ao priorizar a educação inclusiva e o desenvolvimento de habilidades para uma economia verde, o G20 destaca a importância de capacitar a força de trabalho para os desafios do futuro, com acesso a oportunidades educacionais para todos, promovendo equidade. Também, é preciso preparação da força de trabalho para as demandas de uma economia verde e digital, com criação de empregos que respeitem direitos trabalhistas e promovam igualdade de gênero.
Os cinco pilares formam uma base para impulsionar as metas globais da Agenda 2030 nas 20 nações mais ricas do mundo, abordando questões cruciais de maneira integrada. Além disso, destacam a importância de um crescimento econômico inclusivo, assegurando que todas as pessoas, independentemente de sua posição socioeconômica, sejam contempladas nos avanços globais. Para tanto, existe a necessidade de uma governança ética, buscando equilibrar o progresso social e econômico com a preservação ambiental, criando um caminho sustentável para o futuro.
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Fonte de pesquisa:
G20. Sobre o G20. Disponível em https://www.g20.org/pt-br
ONU. Metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/ods/