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Caso Wesley: o preço da má gestão no passado do Tubarão
Jovem deve ser negociado pelo Flamengo na metade de 2025
Por
Caio Maximiano
O presidente do Tubarão, Juliano Mendes, visitou nesta terça-feira (3) a concentração do Flamengo, em Criciúma, para acompanhar o lateral-direito Wesley, cria da Vila. O jogador de 21 anos mantém um grande carinho pelo Peixe, que lhe abriu as portas em 2019 e, posteriormente, durante a pandemia, deu a ele uma “última chance” no futebol. Wesley, inclusive, foi presenteado com uma camisa do clube e retribuiu o Tubarão com uma camisa do Rubro-Negro, que será exposta no Domingos Gonzaléz, reforçando o vínculo com suas origens.
O camisa 43 é, sem dúvida, a maior revelação da história do clube e está cada vez mais perto de ser convocado para a Seleção Brasileira. Uma pena que, aqui, não tenham acreditado nele. Isso é reflexo do sucateamento sofrido pelo Peixe.
Em 2020, após disputar a Copa Santa Catarina pelo Tubarão, o atleta foi liberado para fazer testes no Flamengo, mas com uma cláusula absurda em seu contrato. Wesley poderia adquirir os 10% do próprio passe que ainda pertenciam ao Tricolor por apenas R$ 80 mil, e assim foi feito. Uma verdadeira sacanagem, resultado da gestão desastrosa do período K2.
Não coloco a mão no fogo por ninguém, mas tudo indica que, hoje, o Peixe está em boas mãos. Afinal, o futebol vai muito além de uma boa gestão administrativa. Com as pessoas certas no comando, é possível alcançar grandes feitos. Só o dinheiro não é suficiente.
Para se ter uma ideia do erro cometido, caso Wesley seja vendido na próxima janela, como o Flamengo planeja, o Tubarão não receberá nada — a SAF vai tentar reverter a situação. Uma grande pena. Em um cenário hipotético, se o Peixe mantivesse os 10% mencionados anteriormente e Wesley fosse vendido por R$ 120 milhões, como quase aconteceu com a Atalanta-ITA em agosto deste ano, o clube receberia R$ 10 milhões. Caso não consiga reverter a situação, numa futura venda, o Tubarão deve receber um valor irrisório do Mecanismo da FIFA, que possivelmente será destinado à massa falida da K2 Soccer.
A história de Luiz Araújo, que foi vendido do São Paulo para o Lille e gerou uma quantia milionária para o Mirassol, é um exemplo claro de como o cuidado com as promessas e as vendas futuras podem mudar a realidade de clubes formadores, sobretudo os times pequenos. Com uma gestão competente, o dinheiro gerado com a venda pode ser reinvestido em melhorias na estrutura, como a construção de um centro de treinamento, como feito pelo time paulista, que embolsou R$ 7,6 milhões. Hoje, o Mirassol se prepara para disputar a Série A em 2025.
Em um futuro próximo, o Tubarão poderia estar nessa mesma posição do Mirassol e de outros clubes que rapidamente ascenderam no futebol nacional, mas infelizmente confiou as chaves do clube a quem não deveria.